Obrigado DSEJ!
A Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) solicitou às escolas de Macau a distribuição da “Brochura sobre Educação Sexual para Pais” aos encarregados de educação.
Elaborado pela DSEJ, em parceria com a “The Family Planning Association of Hong Kong”, o opúsculo está dividido em seis partes: a) A importância de ensinar a educação sexual no seio familiar; b) Falar sobre sexo com crianças em idade pré-escolar – Estabelecer um relacionamento seguro entre pais e filhos; c) Aprendizagem da vida sexual para crianças em idade escolar – Respeitar e apreciar o sexo oposto e aprender a expressar emoções adequadamente; d) Percepção dos adolescentes sobre a vida sexual – Amar é ser responsável por si e pelos outros; e) Percepção dos jovens adultos sobre sexo – O amor é um caminho necessário para o crescimento; f) O que devem fazer os pais se os seus filhos se magoarem?
Para além de estar redigido numa linguagem muito perceptível – encontrámos no entanto um ou outro erro ortográfico… –, o livrinho está bem estruturado, tendo os seus autores recorrido a desenhos e símbolos que identificam correctamente os pais, os filhos e os géneros masculino e feminino, o mesmo acontecendo com as cores associadas a estes.
Não sendo minha intenção maçar o leitor com a reprodução de passagens inteiras da brochura – convido-os antes, principalmente os pais, a lerem-na –, publico algumas linhas que considero relevantes.
Na página 8, a DSEJ defende que na idade pré-escolar os pais devem promover a identidade e o género dos filhos, e as relações interpessoais. Também nesta fase do crescimento humano, os pais são sensibilizados a explicar as diferenças fisiológicas entre os sexos masculino e feminino, que justificam, por exemplo, a existência de “instalações sanitárias indicadas para pessoas de diferentes géneros” (página 9).
Segundo a DSEJ, é na idade escolar que as crianças “percebem que a vida é uma combinação do óvulo da mãe e do esperma do pai, assim como a gravidez e o parto”.
No que respeita aos jovens adultos, a entidade que regula o sector do ensino em Macau refere que “os pais podem discutir, de forma racional, várias questões com os seus filhos adolescentes, e começar por lhes explicar o significado do amor romântico e do casamento, ajudando-os a criar valores positivos e a fazer planos de vida”.
Neste âmbito, a DSEJ promove a “instituição família”, sublinhando: “Quando duas pessoas desejam, de uma forma emocional e racional, amar-se e ficar juntas durante muito tempo, podem pensar em casar e em organizar uma família. A família é a unidade mais básica da sociedade. Num casamento ideal, as duas pessoas mantêm o seu relacionamento e crescem juntas e felizes, enfrentando, conjuntamente e de bom grado, desafios e dificuldades”.
Pelas ideias expressas pelos autores da brochura, que não enveredam pela “politicamente correcta” ideologia de género, nem promovem o sexo gratuito – antes pelo contrário, valorizam a família –, agradeço à DSEJ ter levado a cabo mais esta iniciativa.
Não é de agora que o Governo de Macau se dirige aos pais e encarregados de educação, com o objectivo de os elucidar e promover os valores morais (tradicionais, como lhes quiserem chamar) que fazem de Macau uma sociedade feliz e harmoniosa. E de valores!
José Miguel Encarnação