Que futuro para as novas gerações?

JÁ AGORA!

Que futuro para as novas gerações?

“No nosso tempo é que era bom!”. “Oh pá, bons tempos!”. “Esta geração está perdida!”.

Quantos de nós ouviram ou já disseram estas frases? Respondo: Todos! Na realidade, são frases-tique do pensamento para criticar o presente, enaltecendo uma época do passado, sendo que a mesma também foi criticada pelos então vetustos, que também por sua vez não se livraram de acirradas criticas por parte de pais e avós quando ainda jovens.

Em Portugal, a minha geração, nascida nos anos 70, foi categorizada como “rasca”, quando na realidade começou foi a sentir-se “à rasca”, levando muitos jovens a emigrar para fora do País. Hoje a grande maioria são adultos com provas firmadas nos mais diferentes sectores de actividade.

Depois vierem as gerações nascidas nos anos 80 e 90, sobre as quais recaíram muitas dúvidas quanto ao contributo que iriam dar às sociedades. Eu próprio questionei como iriam ser criados empregos que absorvessem tanta mão-de-obra, ainda por cima altamente qualificada. A verdade é que se olharmos para a média da taxa de desemprego mundial nas últimas décadas, verificamos que os valores não oscilam assim tanto, havendo claro está alguns picos relacionados com situações como a que estamos a viver actualmente.

É um facto inquestionável que muito tem piorado. A Encíclica “Laudato si” do Papa Francisco, que aborda a relação do Homem com o Meio-Ambiente, é precisamente um alerta para que o Homem altere a sua relação com a Natureza e melhore o modo como interage com os outros, pois todos fazemos parte da mesma cadeia. O Homem está mais individualista e vai-se perdendo o conceito de Família – a célula-base da formação do Ser Humano.

Mas também é verdade que muito evoluiu de modo positivo nos últimos trinta, quarenta anos, nas mais diversas áreas, em resultado do acesso massificado das novas gerações aos Ensinos Secundário e Superior. Nunca houve tantas Universidades nos quatro cantos do mundo, dotadas de corpos docentes de excelência e tecnologia de ponta, a funcionar em edifícios pensados para o bem-estar de professores, alunos e funcionários. Já para não falar dos cursos “online”, uma realidade apenas possível dada a evolução das Tecnologias de Informação e do fácil acesso das pessoas às mesmas.

Também nunca como agora houve tantas fundações públicas e privadas a conceder bolsas de estudo, e até os bancos e as seguradoras entraram na jogada por meio da concessão de crédito para pagamento de propinas e de outras despesas, e da criação de planos de poupança dirigidos a estudantes.

Apesar da Humanidade passar constantemente por períodos difíceis, no cômputo geral vem-se assistindo à melhoria das condições de vida das pessoas, principalmente no Hemisfério Sul, o que está fortemente relacionado com o aumento do Conhecimento, prova que para além do saber não ocupar lugar, melhora sobremaneira os países em que é aplicado.

Tal como sempre aconteceu na História da Humanidade, as novas gerações irão saber enfrentar os desafios com os quais se vieram a deparar, adaptando-se naturalmente às necessidades do dia-a-dia.

Não há muitos anos dizia-se que as Novas Tecnologias iriam remeter para o desemprego milhões de trabalhadores. Curiosamente, hoje as empresas de IT são exactamente aquelas que mais mão-de-obra absorvem.

Vamos pois acreditar que o futuro dos nossos filhos e netos será pelo menos tão bom como está a ser o presente. Cabe pois a quem hoje tem responsabilidades governativas e empresarias pensar a longo prazo. Uma geração satisfeita e realizada também cuidará melhor dos seus pais e avós….

N.d.R.:Artigo publicado em primeira mão na rede social Facebook, no dia 21 de Agosto de 2020.

José Miguel Encarnação

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