Núncio em Teerão apela a negociações de paz
O núncio apostólico no Irão descreve uma situação tensa e dá conta de protestos causados pela morte do general Qassem Soleimani, vítima de um ataque aéreo, apelando ao uso das «armas da negociação e da justiça».
Segundo o portal “Vatican news”, D. Leo Boccardi assegura que o Papa Francisco está a acompanhar a situação e reza pela paz.
«O Papa foi informado do que está a acontecer em toda a região e também no Irão, após o assassinato do general Solemaini. Tudo isso cria preocupação e mostra-nos como é difícil construir e acreditar na paz», afirmou o núncio apostólico.
O general iraniano Qasem Soleimani, comandante da força de elite iraniana Al-Quds, considerado um dos mais poderosos comandantes militares do Médio Oriente, foi morto na madrugada da passada sexta-feira, num ataque ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
D. Leo Boccardi sublinha que a «boa política está a serviço da paz» e avança que toda a comunidade internacional «deve colocar-se a serviço da paz, não só na região, mas em todo o mundo».
«O apelo é para diminuir a tensão, chamar todos à negociação e acreditar no diálogo sabendo, como a história sempre nos ensinou, que a guerra e as armas não são as soluções para os problemas que afligem o mundo de hoje», refere.
Acreditar na negociação e no diálogo são os caminhos apontados, renunciando «ao conflito» e optando por outras armas, «as da justiça e da boa vontade».
O núncio apostólico pede a atenção da comunidade internacional para a situação tensa no Médio Oriente.
«Uma situação que deve ser resolvida e todos devem ser chamados à responsabilidade direta que temos. Pacta sunt servanda (Acordos devem ser mantidos), diz uma regra importante da diplomacia. E as regras do direito devem ser respeitadas por todos», indicou.
Também o arcebispo católico caldeu de Kirkurk, no Iraque, D. Yousif Thomas Mirkis, manifestou a sua preocupação com a situação, apontando eventuais divisões na população.
«Isto pode dividir a população, alguns estão contra, outros a favor», explicou, mas alertou que o assassinato do general Soleimani, pode desencadear outras divisões sectárias no Iraque entre muçulmanos sunitas e xiitas.
«Rezamos para que a situação seja calma e pacífica. Aguardamos. A situação em Bagdad e no sul está mais complicada. Mas em Kirkurk e na região do Curdistão está calmo ainda. Até agora é tudo o que podemos dizer», conclui.
In ECCLESIA