Corrida aos centros de acolhimento
Desde que as temperaturas caíram, em meados da passada semana, perto de duas centenas e meia de pessoas procuraram refúgio nos abrigos do território, alguns dos quais por indicação da Cáritas. Quando o Inverno chega, a organização liderada por Paul Pun abre as portas dos lares e do centro de apoio aos sem-abrigo que opera, para ajudar os que não se conseguem furtar aos rigores da época.
Um único residente solicitou nos últimos dias os serviços da Casa Corcel – o centro governamental de apoio aos sem-abrigo gerido pela Cáritas – devido às baixas temperaturas que se fazem sentir em Macau, mas a entidade de beneficência já ajudou a reencaminhar dezenas de pessoas para os centros de acolhimento de emergência do Instituto de Acção Social. No total, e de acordo com o secretário-geral da Cáritas, 240 pessoas – 220 homens e vinte mulheres – procuraram refúgio contra o frio em instalações e abrigos governamentais. Três foram referenciados directamente pelas equipas de assistência social da Cáritas.
«Devido ao tempo frio, a Cáritas assegurou serviços de apoio a uma pessoa que vive na rua e que se encontra na Casa Corcel. A Casa Corcel está de portas abertas aos sem-abrigo e para além de um refúgio contra o tempo frio, ainda garante outro tipo de serviços», explicou Paul Pun, em declarações a’O CLARIM. «No que diz respeito aos lares, nesta altura todas as divisões são aquecidas. Por outro lado, também colocamos quartos à disposição de outros idosos que não estejam ao nosso cuidado, caso haja risco de hipotermia. Aceitamos estas pessoas temporariamente nos nossos lares», adiantou ainda.
Para além de abrir os abrigos à população, a Cáritas também distribui roupa e refeições quentes a quem delas tem necessidade, um serviço que é dirigido sobretudo aos trabalhadores não-residentes oriundos de latitudes onde as baixas temperaturas são menos habituais. «Muitos não têm casacos ou roupa mais grossa para se proteger contra o frio e estamos, por isso, a recolher roupas e a oferecê-las aos não-residentes, principalmente a pessoas das Filipinas que não estão habituadas ou preparadas para o frio», sublinhou o responsável. «Também lhes damos comida, para que possam ter energia para trabalhar. Quanto aos locais, caso os nossos assistentes sociais tenham conhecimento de pessoas que estejam a passar por dificuldades devido ao frio, encorajamo-los a dirigirem-se aos abrigos do Governo ou à Casa Corcel, caso não tenham residência fixa», concluiu.
Marco Carvalho