IGREJA DE BECH

IGREJA DE BECH

São João Baptista, padroeiro de Macau e não só…

A viagem escrita de hoje leva-nos até Bech, uma localidade que passa ao lado dos guias turísticos, mas que – caso tenham a possibilidade de visitar – vale pela sua arquitectura e simplicidade. Bech é uma pequena aldeia, situada no Leste do Luxemburgo, com uma população de 368 pessoas. Da sua comuna fazem parte as aldeias de Altrier e Rippig. Juntamente com Bech, as três localidades totalizam mil e 400 pessoas, o que é quase insignificante mesmo para um pequeno país como o Luxemburgo.

Um dos dados que vale a pena salientar é que fica na zona conhecida como “Pequena Suíça Luxemburguesa”, na região de Mullerthal, onde há florestas e trilhos de cortar a respiração. A sua natureza exuberante pode ser apreciada, na totalidade, a pé ou de bicicleta pelas ciclovias excepcionalmente preservadas. Neste caso, há uma atracção extra: o túnel de Bech, construído entre 1901 e 1903, que pode ser atravessado de bicicleta.

A pequena povoação pode não contar com as habituais infraestruturas a que estamos habituados, como supermercados, restaurantes e similares, mas alberga uma igreja lindíssima. Embora as suas dimensões não sejam exageradas, a pequenez da aldeia faz com que pareça enorme.

Em termos arquitectónicos, o exterior da igreja é simples, construída com nave única e paredes graníticas que apontam para o Século XIX. A porta principal é encimada pela imagem do seu santo padroeiro, São João Baptista. No entanto, é o interior que mais absorve a atenção dos forasteiros. Encontra-se extremamente bem cuidado, sendo fácil percepcionar toda a sua sobriedade, simplicidade e bom gosto.

A entrada pela porta principal, de madeira maciça, dá acesso a duas fileiras de bancos (feitos da mesma madeira) que segundo nos disseram são da autoria do carpinteiro dos bancos da Abadia de Esternach. O altar é decorado com talha dourada e ostenta um crucifixo de enormes dimensões. Os vitrais das janelas que ladeiam toda a igreja – infelizmente não conseguimos saber o nome do vidreiro – permitem a entrada de luz, tornando esta colorida a olho nu. Claro está que em dias solarengos a atmosfera fica ainda mais especial.

Nas traseiras da igreja, como é muito usual nestas paragens, está o cemitério. Aqui estão sepultadas algumas das famílias mais abastadas do País. Pela decoração das campas é possível saber qual a área de actividade a que os defuntos estiveram ligados. Abundam, pois, em muitos jazigos, motivos decorativos ligados à agricultura e à criação de gado. Duas actividades ainda hoje dominantes não só nesta comuna como noutras em redor.

Mais uma vez fica o convite aos nossos leitores. Também nesta região tem havido uma grande aposta do Governo na promoção do turismo de natureza, dado que se trata de montanha e planaltos de uma beleza singular que por todos deve ser apreciada. Como sempre acontece, também a economia local tem vindo a ganhar com esta nova dinâmica, surgindo com frequência novos projectos de alojamento local e restaurantes dirigidos para este tipo de clientela, bem como toda uma actividade comercial ao redor dos passeios a pé e de bicicleta.

João Santos Gomes

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