“Laudato si”
O Papa Francisco publicou na passada quinta-feira a encíclica “Laudato si, sobre o cuidado da casa comum”, 298.º documento do género na história da Igreja Católica.
A encíclica, grau máximo das cartas pontifícias, tem um âmbito universal, onde o Papa empenha a sua autoridade como sucessor de Pedro e primeiro responsável pela Igreja Católica.
Entre os principais documentos do actual pontificado estão a encíclica “Lumen Fidei” (A Luz da Fé), na qual Francisco recolhe reflexões de Bento XVI, e a exortação apostólica “Evangelii Gaudium” (A Alegria do Evangelho).
A palavra “encíclica” vem do Grego e significa “circular”, carta que o Papa enviava às Igrejas em comunhão com Roma, com um âmbito universal, onde empenha a sua autoridade primeiro responsável pela Igreja Católica.
O Papa mais prolífico neste tipo de cartas é Leão XIII, com 86 encíclicas – embora muitos desses textos fossem, nos nossos dias, classificados como Cartas Apostólicas ou Mensagens; São João Paulo II escreveu 14 encíclicas e Bento XVI três.
O título de uma encíclica é o começo do texto, na sua versão oficial em Latim, e procura, de forma genérica, ensinar sobre um tema doutrinal ou moral, avivar a devoção, condenar os erros ou informar os fiéis sobre eventuais perigos para a fé.
Quando tratam de questões sociais, económicas ou políticas, são dirigidas, normalmente, não só aos católicos mas também a todos os homens e mulheres de boa vontade, prática iniciada pelo Papa João XXIII com a sua encíclica “Pacem in terris” (1963).
A encíclica é uma forma muito antiga de correspondência eclesiástica, dado que na Igreja nascente os bispos enviavam frequentemente cartas a outros bispos para assegurar a unidade entre a doutrina e a vida eclesial.
Bento XIV (1740-1758) reavivou o costume, enviando “cartas circulares” a outros bispos, abordando temas de doutrina, moral ou disciplina que afectavam toda a Igreja.
Com Gregório XVI (1831-1846), o termo encíclica tornou-se de uso geral.
In ECCLESIA