Fórmula 1 – Época de 2018

Depois do cinco vem… o sete

A envangelização do Brasil começou com a chegada dos navegadores portugueses a 26 de Abril de 1500. Os marinheiros, pouco depois de porem pé em terra firme, celebraram a primeira missa no novo território. Alguns homens e mulheres locais assistiram à Eucaristia. A devoção foi aceite pelos índios, que participaram na celebração, imitando os gestos dos marinheiros.

Os primeiros missionários chegaram ao Brasil em 1549, sendo membros da recém-fundada Companhia de Jesus, por Santo Inácio de Loyola. Os padres José de Anchieta, Manuel da Nóbrega e Azpilcueta Navarro, com o apoio de António Rodrigues, que falava as línguas locais, e Pero Correia, um homem abastado, colocaram mãos-à-obra na hora de evangelizar a nova posse do Rei de Portugal.

Ao longo dos séculos a Igreja Católica no Brasil ampliou exponencialmente o seu campo de acção. Hoje é o maior país católico do mundo, com mais de 123 milhões de fiéis registados, num universo de 190 milhões de habitantes. O Brasil conta com três santos padroeiros: Nossa Senhora Aparecida, São Pedro de Alcântara e São José de Anchieta. Actualmente, a Igreja Católica no Brasil debate-se com a saída de fiéis para outras denominações cristãs, havendo uma grande franja da população ateia.

Este fim-de-semana disputa-se o Grande Prémio do Brasil, uma vez mais no Autódromo de Interlagos, ou Autódromo José Carlos Pace, no coração da gigantesca cidade de São Paulo, a sétima cidade mais populosa do mundo, com mais de doze milhões de habitantes. É também uma das mais perigosas em termos de segurança. Todos os anos há relatos de assaltos à mão armada dentro e fora do circuito. Segundo Matteo Bonciani, porta-voz da FIA, no ano passado alguns membros da FIA foram atacados por homens armados quando regressavam ao hotel. Felizmente o assalto não teve consequências, pois os visados deslocavam-se num carro blindado, como acontece com quase todos os intervenientes neste Grande Prémio. Apesar da violência que afecta o País ser reconhecida por todos, o Grande Prémio do Brasil continua a ser realizado ano após ano. Aparentemente, a FIA não se deixa influenciar pela falta de segurança. Há até rumores de que poderá vir a ser reactivado o Grande Prémio da África do Sul, onde o quadro actual é ainda pior.

A capital do Estado de São Paulo tem outro grande “se”. É uma das cidades mais poluídas do mundo, com todos os problemas ambientais inerentes.

O Autódromo de Interlagos tem um traçado bastante técnico e muito rápido. Alguns pilotos não gostam da pista, especialmente quando chove, o que é sempre possível de acontecer nesta época do ano. Foi neste asfalto, debaixo de chuva intensa, que Max Verstappen mostrou pela primeira vez que é na verdade um grande piloto. Também foi em São Paulo que Lewis Hamilton – “rookie” do ano em 2007 – conquistou em 2008 o Campeonato do Mundo de Pilotos (talvez de forma algo controversa), em detrimento de Felipe Massa, tornando-se no mais jovem campeão do mundo aos 23 anos. Passou depois da McLaren para a Mercedes, para tomar o lugar deixado vago por Michael Schumacher. Uma decisão mais do que acertada, dado que em seis anos arrebatou – sempre com a marca de Estugarda – mais quatro títulos mundiais em 2014, 2015, 2017 e 2018, apenas perdendo o título em 2016 para o seu ex-companheiro de equipa, o alemão Nico Rosberg.

Com a vitória nesta época, Hamilton passou a fazer parte do círculo dos “imortais”. O primeiro foi o argentino Juan Manuel Fangio, “o maestro”, que venceu cinco Campeonatos do Mundo de Pilotos (naquele tempo era o único campeonato existente. O de construtores, ou de equipas, só foi estabelecido em 1957), ao volante de quatro marcas: Alfa Romeo, Ferrari, Mercedes e Maserati, em 1951, 1954, 1955, 1956 e 1957. Fangio ainda averbou sucessos nas Mil Milhas (Mille Miglia), nas 500 Milhas de Sebring e na Carrera Panamericana. O seu total de vitórias em corridas de automóveis foi superior a oitenta, algo que até hoje nenhum outro piloto conseguiu alcançar. Na Fórmula 1, o recorde de Fangio só foi quebrado por Michael Schumacher, com sete vitórias: 1994, 1995, 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004, ao volante da Benetton e da Ferrari.

Até há dias, a grande curiosidade era saber se Hamilton tencionava bater o recorde de Schumi. Pois a dúvida foi rapidamente esclarecida. O piloto britânico, que aos 33 anos parece ter atingido o pico de forma, já veio afirmar que o seu objectivo é igualar, senão mesmo ultrapassar, o recorde de sete campeonatos do mítico piloto alemão. Veremos….

Manuel dos Santos

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