Devoção a Santo Niño.
«A estátua do Santo Niño vem do tempo de “Magellan” [Fernão de Magalhães]. É muito significativo. Toca-me mesmo muito na vida. Sinto-me feliz por participar no Sinulog aqui em Macau», disse a’O CLARIM Mimi Fronteras, em alusão à festividade católica com origem em Cebu, nas Filipinas, onde o explorador português terá oferecido a imagem representativa do Menino Jesus a Rajah Humabon e sua esposa, após chegar àquela ilha em 1521.
«Voltei a participar este ano no Sinulog porque gostaria de dançar para agradecer a Santo Niño, dado que meu maior problema [de saúde] melhorou e já consigo correr», acrescentou a bibliotecária do Colégio do Sagrado Coração de Jesus (Secção Inglesa).
A procissão religiosa realizada na tarde do passado Domingo, por membros da comunidade filipina em Macau, começou na praça em frente ao hotel Sintra, foi em direcção à Torre de Macau, passou pela zona ribeirinha e voltou à praça, onde terminou.
Para Violeta Duran, presidente da Associação do Santo Niño de Cebu em Macau, entidade que organiza o evento desde 2003, o sucesso da festividade no território só tem sido possível graças «ao apoio do Governo de Macau» e ao «bom entendimento com o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais e com a Polícia [de Segurança Pública]», o que denota «respeito pela crença religiosa dos filipinos». De igual forma, sustentou que «o evento também serviu para promover a união dos filipinos, entre si, em Macau».
De acordo com o padre Artemio Balana, «o Sinulog é um dos maiores festivais das Filipinas. Esta celebração decorre, em particular, no terceiro Domingo de Janeiro em Cebu. Trata-se de um ritual de dança em honra do Menino Jesus, cuja imagem é o santo padroeiro de Cebu».
«Nas Filipinas, o Sinulog é mais divertido e com mais actividades para celebrar este grandioso festival. Em Macau, no seu décimo sétimo ano de existência, celebrou-se mais uma vez o Festival do Sinulog, com o novenário de missas», assinalou o missionário para os migrantes filipinos.
Em jeito de conclusão: «foi mais um ano de experiência para mim, ao testemunhar este festival com admiração e apreço pelos envolvidos na organização, e muito especialmente pelos participantes, apesar do aturado trabalho [para preparar o evento]».
PEDRO DANIEL OLIVEIRA
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