Uma gozosa verdade de fé
A existência dos anjos é uma gozosa verdade de fé porque nos proporciona consolo e certeza de não estarmos sozinhos diante das forças do mal. Durante toda a História da Igreja, inúmeros fiéis encontraram, no relacionamento assíduo com os anjos, ânimo e fortaleza diante das dificuldades inerentes à luta por cumprir a Vontade de Deus.
A fé na existência dos anjos revela-nos, além disso, uma perspectiva mais ampla da criação divina, porque que nos diz que nós não somos o cume da criação nem a criatura mais perfeita que Deus criou. Os anjos, de acordo com o Catecismo da Igreja Católica (nº 330), excedem em perfeição todas as criaturas visíveis.
Recorrer aos anjos para encontrar defesa e protecção contra os inimigos da nossa alma é uma prática constante na tradição cristã. Esses inimigos incluem a mundanidade, o demónio e as más tendências que levamos dentro de nós, consequências do pecado original.
Viver como anjos, apesar de não o sermos, significa aspirar a uma vida de virtude, amor e serviço aos outros. É um chamamento a transcender as limitações da existência terrena e a abraçar uma vida iluminada pela fé e fortalecida pela graça divina. A intercessão dos anjos é um suporte poderoso, guiando-nos e protegendo-nos enquanto caminhamos neste mundo rumo à “terra prometida”.
Muitas vezes pensamos, erradamente, que a devoção ao Anjo da Guarda, esse príncipe celeste que Deus pôs ao nosso lado para nos proteger, é própria das crianças. Talvez porque a oração ao Anjo da Guarda foi a primeira que nos ensinaram quando éramos pequenos: é breve e tem uma rima que facilita a memorização.
No entanto, não nos esqueçamos que nós, adultos, estamos sujeitos a muitos mais perigos espirituais do que as crianças e necessitamos de uma maior protecção do nosso Anjo da Guarda.
Anjo da Guarda, minha companhia, guardai a minha alma de noite e de dia!
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
Doutor em Teologia