Celebração de São Francisco de Assis

FALTA PRECISAMENTE UM MÊS

Celebração de São Francisco de Assis

As Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora continuam a celebrar São Francisco de Assis, também em Macau, mesmo em dia diferente do já muito conhecido 4 de Outubro. Partilhamos, com muita alegria, que o nosso Bispo, D. Stephen Lee, presidirá à Eucaristia por esta intenção, no dia 29 de Novembro, dia dos santos da Família Franciscana, às 19:00 horas, na Sé Catedral, a Casa Mãe da Diocese, a nossa Casa Mãe!

Neste sentido, também temos a alegria de partilhar com os nossos amigos leitores algumas reflexões sobre como surgiu a Terceira Ordem Regular dos Franciscanos e, nomeadamente, das Franciscanas, incluindo as Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora.

AS FMNS (Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora) vêm de um tronco comum: São Francisco de Assis, que fundou a Terceira Ordem Regular (TOR) em 1221.
 Esta nasceu em vários países da Europa, nos Séculos XIII e XIV, de grupos de terceiros seculares, e que, devido a uma avidez de vida evangélica, formaram vida comum, com a observância dos votos religiosos de obediência, pobreza e castidade. Viviam, portanto, em clausura.

No Século XIV uma bula do Papa Bonifácio IX autoriza os Irmãos e Irmãs da diocese de Utrecht a celebrar o seu Capítulo Geral. Uma precursora das Congregações Franciscanas mais actuais foi a Beata Angelina de Marsciano – 1435 – que fundou muitos mosteiros de vida franciscana da Terceira Ordem Regular.

Em 20 de Janeiro de 1521, o Papa Leão X aprovou as Regras para os ramos masculino e feminino. Enquanto muitas destas Congregações se dedicavam à vida contemplativa, muitas outras exerciam actividades sócio-caritativas, muito apreciadas pelas autoridades civis.

Actualmente, quer ligados à TOR, quer à Ordem Franciscana Secular, quer canonicamente autónomos, existem em todo mundo cerca de 180 institutos religiosos franciscanos.

Nos nossos dias, o ramo masculino da TOR anda pelos mil Irmãos. O número das Congregações e de Irmãs da TOR franciscana é muito elevado e podemos dizer que conta com algumas centenas de milhar de religiosas. Em Portugal, estas Congregações estão federadas na Família Franciscana Portuguesa, e são exclusivamente femininas, como a seguir se indicam:

Franciscanas Missionárias de Maria, fundadas pela Beata Maria da Paixão, em 1877;

Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, que têm como fundadores a Irmã Maria Clara do Menino Jesus e Frei Raimundo dos Anjos Beirão, da TOR, em Lisboa, em 1871;

Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias, fundadas, na Madeira, pela Irmã Maria Wilson, de origem inglesa, convertida ao Catolicismo;

Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora, fundadas pela Madre Louise Mabille, em Calais, França, em 1854;

Franciscanas da Mãe do Divino Pastor, fundadas pela beata Maria Ana Mogas Fontcuberta, catalã, em Madrid, em 1872;


Franciscanas de Nossa Senhora do Bom Conselho, fundadas pela Madre Maria Rodon Asensio, em Astorga, León, em 25 de Março de 1978,

Franciscanas de Nossa Senhora das Graças, fundadas pela Irmã Maria das Graças Rosa;

Fraternidade Franciscana da Divina Providência, fundada em 25 de Março de 1942, pela Irmã Ana Maria de Jesus Faria Amorim;

Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado;

Franciscanas Concepcionistas ao Serviço dos Pobres.

É precisamente neste contexto que as FMNS vivem o seu carisma de Unidade e Comunhão, testemunhando a alegria de servir como Jesus, vivendo o Evangelho ao jeito de Francisco de Assis, nos mais diversificados serviços da Igreja, estando onde a sua presença possa ser uma ajuda. 
Fazendo da vida fraterna parte essencial da força da sua vida, buscam na oração da Liturgia das Horas, na leitura da Sagrada Escritura, dos documentos da Igreja e franciscanos, na meditação e partilha da Palavra e na participação diária na Eucaristia. 
É nesta forma de vida que também constroem, visivelmente, a possibilidade de amar, de viver na alegria e na paz, que só pode vir do Evangelho de onde lhes vem este dinamismo para intensificar a sua vida fraterna e testemunhá-la no dia-a-dia. 
Mas gostaríamos de partilhar mais pouquinho:

Como é que nós estamos a preparar para a festa de São Francisco de Assis este ano?


Pela leitura e meditação das Bem-aventuranças segundo o espírito de São Francisco e, depois, pela aplicação das mesmas à vida. Assim, e como introdução:

Do pecado da vontade própria

… Deus disse a Adão que podia comer do fruto de todas as árvores do paraíso, mas não do da árvore da ciência do bem e do mal. Enquanto não foi contra a obediência, não pecou.
 Quem se faz dono da sua vontade, se ensoberbece com o que recebe do Senhor, deixando-se influenciar pelo demónio, transgride o que o Senhor mandou e as suas obras tornam-se fruto da ciência do bem e do mal e, por consequência, terá de sofrer a respectiva pena.


A verdadeira obediência

Jesus diz no Evangelho: «Quem não renuncia a tudo quanto possui não pode ser meu discípulo» (Lc., 14, 33) e: «Quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á» (Lc., 9, 24). Disto deveríamos ter vergonha, nós os servos de Deus: que os santos tenham praticado boas obras e nós, só de contar e pregar o que eles fizeram, já daí queremos receber honra e glória.

Fuga do pecado da inveja

O apóstolo diz: «Ninguém pode dizer: “Jesus é o Senhor” se não for movido pelo Espírito Santo» (1Cor., 12, 3). Portanto, todo o que tiver inveja do seu irmão pelo bem que o Senhor faz por meio dele, comete pecado, pois tem inveja do mesmo Altíssimo, que é quem diz e faz tudo o que é bem.

E podíamos continuar mas, para não nos alongarmos, deixamos algumas considerações sobre as Bem-aventuranças nas quais estamos a reflectir profundamente para delas tirarmos lições de vida:

A paciência

Bem-aventurados os pacíficos porque serão chamados filhos de Deus (Mt., 5, 9).


Não se pode saber quanta paciência e humildade tem o servo de Deus enquanto tudo lhe corre à medida dos seus desejos. Mas venham tempos em que o contrariem os que o deviam contentar, a paciência e humildade que então mostrar, essa é que é a que tem e não mais.

A pobreza de espírito

Bem-aventurados os pobres em espírito, porque é deles o reino dos céus (Mt., 5, 3).


Há muitos que rezam compridas orações e maceram o corpo com jejuns e penitências; mas, por palavra que lhes pareceu injúria, ou por ninharia que lhes tiraram, logo se descompõem e perturbam. Não são estes os pobres de espírito, porque verdadeiro pobre de espírito é aquele que a si mesmo se despreza e ama os que o ferem no rosto (Mt., 5,39).

A paz

Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus (Mt., 5, 9).

Pacíficos, de verdade, são aqueles que, seja o que for que neste mundo tenham de sofrer, sempre, por amor de nosso Senhor Jesus Cristo, conservam em paz a alma e o corpo.

A verdadeira humildade

Bem-aventurado o que se mostra humilde entre os seus súbditos, como entre os seus superiores. Bem-aventurado o servo que sempre se mantém sob a vara da disciplina. Servo fiel e prudente (Mt., 24, 45) é aquele que, quando faz qualquer ofensa, não demora em a castigar em si, interiormente pela contrição e exteriormente pela confissão da culpa e satisfação da obra.

Poderíamos continuar; mas, se fizermos algo do que fica aqui registado, daremos glória a Deus Altíssimo, como tão bem nos ensinou e viveu São Francisco de Assis e estaremos a construir a paz e a harmonia neste mundo tão carente de valores que, só por si, falam ao coração.

Irmã Maria Lúcia Fonseca (FMNS)

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