Ecologia

Bispos dos cinco continentes em defesa do Ambiente

Presidentes de seis confederações continentais das Conferências Episcopais católicas assinaram em Roma um documento conjunto, em defesa de acções políticas e da comunidade internacional contra os efeitos das alterações climáticas.

D. Gabriel Mbilingi, arcebispo do Lubango (Angola) e presidente do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagáscar (SECAM), um dos signatários, explicou à Agência ECCLESIA que o objectivo do documento é dar um «contributo» ao debate em curso, apelando ao «cuidado da terra, ao cuidado das pessoas e da sociedade».

«O grito da terra, da mãe terra, em relação ao uso que dela fazemos e até à destruição que está em curso, é equivalente ao grito que vem da humanidade, da sociedade que precisa de ser também ela acordada, para que não se cometa este suicídio», sublinhou.

A declaração foi assinada, em Roma, no passado dia 26 de Outubro. Os responsáveis católicos pedem aos políticos que trabalhem por uma implementação ambiciosa do Acordo de Paris, de 2015.

O documento tem em vista a próxima conferência da ONU sobre mudanças climáticas, a COP24, que decorre em Katowice, Polónia, em Dezembro deste ano.

Os responsáveis da América Latina, Ásia, África, Oceânia e Europa pedem que os “grandes emissores de gases com efeito estufa assumam responsabilidades políticas e atendam aos compromissos de financiamento climático”.

Entre os pontos centrais da proposta estão a limitação do aquecimento global a 1,5 graus celsius; a adopção de estilos de vida sustentáveis; o respeito pelas comunidades indígenas; ao fim da era dos combustíveis fósseis, com transição para formas renováveis de energia; a reforma do sistema agrícola, para um fornecimento saudável e acessível de alimentos para todos.

A declaração tem o apoio das redes católicas CIDSE, Caritas Internationalis e Movimento Católico Global pelo Clima.

«Precisamos de ver uma transformação nas negociações climáticas de Katowice. Podemos salvar o planeta e aqueles que sofrem o maior risco de impacto das condições climáticas extremas, mas precisamos da vontade política para tornar isso uma realidade», disse Michel Roy, secretário-geral da Caritas Internationalis.

In ECCLESIA

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