Macau é sinonimo de tolerância
O cônsul-geral de Israel para Hong Kong e Macau considera que Macau é exemplo perfeito da paz entre todos os homens, independentemente das suas origens.
A’O CLARIM, Sagi Karni referiu a abertura dos «macaenses aos povos do interior da China» e a «todos os estrangeiros», que procuram na RAEM melhores condições de vida.
A este propósito, remeteu o pensamento para a delicada situação social do Médio Oriente: «As pessoas gostam de viver em comunidade e em paz. Nós [israelitas] também gostamos. A prová-lo está a abertura de Israel ao Egipto e à Jordânia, países vizinhos com quem mantemos boas relações. Basta que haja boa-fé de ambos os lados».
À margem da inauguração “Somos todos irmãos e irmãs”, dedicada à visita do Papa Francisco a Israel em Maio de 2014, o diplomata questionou o porquê de determinados povos não conseguirem coexistir num mesmo espaço, uma vez que o caminho da vida pode ser trilhado lado a lado, apesar das diferenças religiosas.
«Esta exposição, realizada aqui em Macau, demonstra como as pessoas se podem unir para atingirem determinados objectivos. Por que não podemos viver juntos? Devemos viver em comunidade e não divididos», disse, acrescentando: «Estas imagens provam que Israel está aberto ao mundo. Jerusalém é disso o melhor exemplo. Israel abre as portas de Jerusalém a todos os fiéis de todas as religiões».
A acção do Estado Islâmico não passou ao lado da conversa. Sagi Karni começou por afirmar que «a religião não deve ser utilizada como arma do radicalismo, pois quem o faz está a utilizar a religião de forma errada», deixando assente que «não está prevista qualquer intervenção militar» contra o Estado Islâmico: «É um problema, uma tragédia que afecta todos. Há muito que as sociedades evoluem e se desenvolvem em termos sociais e económicos. O que o Estado Islâmico pretende é fazer recuar a Humanidade ao tempo das primeiras sociedades, em que prevalecia a crueldade. A nossa posição é de mera vigilância. O problema não está no interior das nossas fronteiras, está no seio do Médio Oriente. Cabe aos países afectados resolvê-lo», concluiu.
Terra Santa em São Domingos
A exposição “Somos todos irmãos e irmãs” encontra-se patente ao público até ao próximo dia 16 de Fevereiro, na igreja de São Domingos. A mostra reúne 23 reproduções fotográficas da visita do Papa Francisco a alguns dos lugares mais emblemáticos da Terra Santa, com Jerusalém a merecer maior destaque.
Na passada quarta-feira, D. José Lai, bispo de Macau, recebeu Sagi Karni numa das portas da igreja de São Domingos, tendo acompanhado o cônsul-geral na visita à exposição.
Alguns minutos mais tarde chegou o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, que já na companhia de D. José Lai, Sagi Karni e do pároco da igreja da Sé Catedral, padre João Lau, agradeceu – em Inglês e Chinês – a visita do representante de Israel para Hong Kong e Macau, sublinhando a necessidade da RAEM e Telavive reforçarem o elo que os une, com vista à prosperidade dos dois territórios. Desejou ainda a todos os presentes um Feliz Ano Novo da Cabra.
Os discursos de circunstância foram proferidos no exterior da igreja, sob o olhar atento e curioso dos transeuntes, havendo mesmo quem tivesse fotografado o momento.
Sob a égide do Consulado-geral de Israel em Hong Kong e Macau, a iniciativa é co-organizada pelo Shalom Multimedia Creations, com o apoio d’O CLARIM, da igreja de São Domingos e do Centro Diocesano dos Meios de Comunicação Social. Horário: todos os dias, entre as 10 e as 18 horas.
J.M.E.