Beato Álvaro Del Portillo

Uma vida que marca.

No dia 12 de Maio a Igreja festeja o beato Álvaro del Portillo. São Josemaría Escrivá, fundador do Opus Dei, dedicou estas palavras àquele que viria a ser o seu sucessor: “Saxum (rocha), como vejo claro o teu caminho – longo – que tens para percorrer! Claro e cheio como um campo recamado de espigas, bendita fecundidade de apóstolo…”, assim foi o beato Álvaro del Portillo.

Nasceu em Madrid no dia 11 de Março de 1914. Os seus biógrafos apresentam-no como alguém que soube levar as virtudes humanas a um grau elevadíssimo, salientam como traços do seu carácter a fortaleza, a fidelidade, a determinação, uma imensa capacidade de trabalho, a coragem que chega ao heroísmo, a par da alegria, serenidade, simpatia e bom humor. Assim o vemos jovem, óptimo estudante de engenharia com uma intensa vida de piedade – transmitida pela sua família – solidário, alegre e grande desportista. Vemos a clareza da descoberta da sua vocação ao Opus Dei (em 1935) numa entrega sem hesitação vivida apaixonadamente, com fidelidade total, até ao fim da sua vida.

Acompanhamos os tempos terríveis da guerra civil de Espanha em que a coragem requer heroísmo, a fé, a bondade e a exigência de perdoar são provadas a fogo. Álvaro é, agora, o suporte dos seus amigos, é já a rocha em que o padre Josemaría Escrivá se apoia. Anos depois é ordenado sacerdote (1944). Depois da morte do Fundador, será designado seu sucessor e nomeado Prelado do Opus Dei. Receberá a ordenação episcopal em 1991.

Nos anos que se seguem à guerra, não fora uma capacidade de trabalho invulgar e uma mente tão ordenada – e muita graça de Deus – não seria possível acumular encargos tão díspares e exigentes como a organização e consolidação das múltiplas actividades para a expansão do Opus Dei e a dedicação aos cargos para que foi nomeado pela Santa Sé, de modo especial na participação activa nos trabalhos do Concílio Vaticano II. É justo salientar a incansável acção do beato Álvaro em assuntos novos e algo controversos na altura, como a santificação dos fiéis leigos que tanta importância tem para todos os cristãos.

Terminado o Concílio é tempo de acção de graças e o beato Álvaro, seguindo os passos do Fundador, torna-se romeiro de Nossa Senhora percorrendo os santuários marianos, agradecendo e suplicando como de resto fará em muitas outras ocasiões. E para coroar uma vida cheia e fecunda falta a última pedra: erigir o Opus Dei como prelatura pessoal conforme o desejo do Fundador. E assim aconteceu, por iniciativa da Santa Sé, em 28 de Novembro de 1982!

Os últimos anos de vida são gastos em intensas viagens apostólicas pala Europa, Ásia e África unido à Nova Evangelização desejada pelo Papa.

Uma última viagem, porventura a mais esperada, desta vez em peregrinação à Terra Santa e uma última missa, agora no Cenáculo de Jerusalém. E no regresso, na madrugada de 23 de Março de 1994, partiu para descansar, finalmente, na sua verdadeira Pátria.

Madrid, 27 de Setembro de 2014: quem teve a felicidade de tomar parte na cerimónia de beatificação viveu dias de emoções, de festa e de alegria ao contemplar a vida deste futuro santo. Uma vida que entusiasma um cristão corrente porque este é verdadeiramente “um santo do quotidiano”, como João Paulo II designou o Fundador do Opus Dei.

Rosa Ventura

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *