Opinião

Cultura maltratada.

«O mundo é um belo livro, mas com pouca utilidade para quem não sabe ler», afirmou certa ocasião o dramaturgo e escritor italiano Carlo Goldoni (1707-1793).

Qual não foi a minha estupefacção, ao ter conhecimento do conteúdo do relatório do Comissariado da Auditória sobre a “Gestão do acervo bibliográfico da rede de bibliotecas públicas”, na dependência do Instituto Cultural (IC). O documento aponta para o “desperdício do erário público devido à má gestão do acervo ao longo dos anos, o impacto causado pelo mau aproveitamento e gestão dos depósitos arrendados pelo Governo, bem como o pagamento integral de despesas com a aquisição do serviço de limpeza não obstante a prestação ter sido defeituosa”.

Dejectos de pragas encontrados, um pouco por toda a parte, nos depósitos de livros situados em edifícios industriais!? Livros ao abandono cobertos de pó ou guardados em caixas amontoadas no chão, em vez de estarem ordenados nas estantes (algumas das quais totalmente vazias)!?

As fotos do Comissariado da Auditoria não deixam margem para dúvida sobre o quão maltratada tem sido a vertente cultural por parte desta entidade pública, que tem por nome Instituto Cultural de Macau. E já não será preciso mencionar outras situações que em nada abonam a sua credibilidade.

Alexis Tam, secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, ainda “não soube ler” todos os sinais que minam o IC. E isto já depois de ser divulgado o relatório do Comissariado Contra a Corrupção sobre a contratação externa de pessoal….

P.D.O.

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