A fé oferece-nos a misericórdia para sairmos do pecado
O Papa Leão XIV destacou a fé como um caminho para sair do pecado, na Audiência Geral que esta semana decorreu na Aula Paulo VI, devido ao calor que se fez sentir em Roma na passada quarta-feira.
«A fé não nos poupa da possibilidade do pecado, mas oferece-nos sempre um caminho para sair dele: o da misericórdia», afirmou Leão XIV.
O Pontífice deu continuidade ao ciclo de catequeses iniciado pelo Papa Francisco para o Jubileu 2025, tendo desenvolvido o tema da traição. Na ocasião, lembrou a «cena íntima, dramática, mas também profundamente verdadeira» do momento em que durante a Ceia Pascal Jesus revelou que um dos doze apóstolos iria traí-lo.
Estas são «palavras fortes» que, segundo Leão XIV, «Jesus não as pronuncia para condenar, mas para mostrar como o amor, quando é verdadeiro, não pode ignorar a verdade».
«A pergunta “Porventura sou eu?” está talvez entre as mais sinceras que podemos dirigir, fazer a nós mesmos. Não é a pergunta do inocente, mas do discípulo que se descobre frágil. Não é o grito do culpado, mas o sussurro de quem, mesmo querendo amar, sabe que pode ferir», indicou, fazendo referência à questão colocada pelos apóstolos.
O Papa realçou que «é nessa consciência que começa o caminho da salvação», ressaltando que «Jesus não denuncia para humilhar, Ele diz a verdade, porque quer salvar».
«Somente quem conheceu a verdade e um amor profundo, pode aceitar até mesmo a ferida de uma traição. A reacção dos discípulos não é de raiva, mas de tristeza. Eles não se indignam, mas entristecem-se. É uma dor que nasce da possibilidade real de serem envolvidos. E precisamente essa tristeza, se acolhida com sinceridade, torna-se um lugar de conversão», assinalou.
Leão XIV sublinhou que o Evangelho não ensina a negar o mal, «mas a reconhecê-lo como uma oportunidade dolorosa para renascer».
Ainda na Audiência Geral, na qual cumprimentou os peregrinos de várias línguas e saudou, entre outros, os grupos vindos de Portugal e do Brasil, o Papa lembrou ainda as populações em guerra.
«Na véspera da memória litúrgica de São Maximiliano Maria Kolbe, encorajo-vos a seguir o exemplo da sua atitude heroica de sacrifício pelos outros. Por sua intercessão, suplicai a Deus que conceda a paz a todos os povos que vivem a tragédia da guerra», disse, na saudação aos peregrinos de língua polaca.
Depois de mais de uma hora em cumprimentos aos presentes na Aula Paulo VI, entre os quais casais recém-casados, Leão XIV dirigiu-se ao interior da Basílica de São Pedro para cumprimentar, em Italiano, Espanhol e Inglês, os participantes que não tiveram assento na Aula Paulo VI.
O Papa recordou a Catequese que proferira momentos antes, enfatizando que Jesus não abandona: «Jesus convida-nos sempre à conversão. Jesus convida-nos a buscar o caminho que nos leva a ele, a Deus pai».
O Santo Padre regressou na tarde de quarta-feira a Castel Gandolfo para um segundo período de repouso, tendo previstas celebrações públicas para hoje, 15 de Agosto, Solenidade da Assunção, e encontros com pobres e voluntários da Cáritas no Domingo.
In ECCLESIA