Cada qual do seu lado
A ponderação das bases cognitivas da ciência e da religião oferece razões para destacar a maturidade natural do conhecimento dos seres humanos sem necessariamente haver convergência. A ideia foi defendida pelo professor Robert N. McCauley, na “Conferência Internacional de Cognição, Religião e Ciência”, que decorreu entre segunda e terça-feira na Universidade de Macau.
«Quando atingem a idade escolar os seres humanos parecem ter o conhecimento de muitas questões importantes que são automáticas», que além de «intuitivas, são baseadas em pouca, ou alguma, evidência do que podem articular e parece não depender de qualquer suporte cultural distinto, sendo em parte uma definição virtual do que constitui o desenvolvimento normal da cognição humana», salienta, no resumo da sua apresentação enviada às redacções.
«As ciências produzem veredictos que derrubam, em grande parte, a libertação dessas capacidades [relativas à maturidade natural do conhecimento] que, no entanto, habitam com persistência e firmeza no pensamento humano», acrescenta McCauley.
«Em contraste, a religião, no que respeita às representações cognitivas e aos processos de inferência em que se encaixam, depende esmagadoramente desses sistemas cognitivos naturais de maturidade», frisou, sublinhando que «as representações religiosas seguramente envolvem apenas algumas pequenas variações nas concepções da maturidade natural oferecida pelo conhecimento, o que torna essas representações unidas à atenção como memoráveis e fáceis de implantar».
P.D.O.