Livremo-nos das tentações e peçamos a remissão dos pecados
«Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos» (Mateus 28:20)
A procissão do Corpo de Cristo (Corpus Christi) teve lugar no final da tarde do passado Domingo. À semelhança dos últimos anos, a procissão teve início nas instalações do Colégio Diocesano de São José, localizadas nas traseiras do Paço Episcopal. Algumas dezenas de fiéis responderam à chamada da Diocese para participarem em tão importante solenidade do calendário litúrgico.
D. Stephen Lee, bispo de Macau, começou por se dirigir aos fiéis, como que os saudando por mais uma vez se juntarem ao seu bispo em mais uma manifestação de fé. «Esta procissão não é igual às outras procissões, em que adoramos imagens, santos. Aqui temos o Corpo de Cristo. Esta é a procissão das procissões», afirmou D. Stephen Lee, acrescentando: «Lembremos o que diz a Bíblia: “A palavra fez-se carne e habitou entre nós”. O Corpo de Cristo é alimento para a vida, para o amor, para a eternidade. Hoje pedimos pela remissão dos pecados – dos actuais e dos que ainda iremos cometer no futuro. Peçamos a Deus que nos livre da tentação do dinheiro, do orgulho, do sexo e das drogas. Devemos amar e servir o Senhor».
O RITUAL
Depois de ajoelhar e erguer o turíbulo diante do Santíssimo Sacramento em duas ocasiões, o prelado – coadjuvado por quatro sacerdotes – leva o ostensório até ao andor, que se encontra no adro da igreja da Sé Catedral. A Banda do Corpo de Polícia de Segurança Pública já está no Largo da Sé, assim como algumas centenas de fiéis.
Erguido em ombros, o andor marca o ritmo da procissão. À frente do cortejo são levados os estandartes das paróquias de Santo António, São Lourenço, São Francisco Xavier (Mong-Há), Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora do Carmo e de São Francisco Xavier (Coloane).
A meio da Rua da Sé ouvem-se os primeiros acordes da Banda da PSP, o que torna o momento ainda mais solene. Há quem segure o Terço na mão, seguindo o exemplo de D. Stephen Lee.
No Largo do Senado mais fiéis, e também meros curiosos e turistas, esperam a procissão, que desce a Travessa do Roquete. Engrossada a mole humana, o andor caminha em direcção ao Largo de São Domingos. Aí é colocado no átrio da igreja de São Domingos e o ostensório levado para uma mesa em frente à porta principal da igreja. Os sacerdotes, acólitos e fiéis ajoelham-se de novo, enquanto o bispo fala novamente à multidão. Ao fundo, de um altifalante colocado estrategicamente na varanda de um prédio, é repetida a frase, retirada da oração do Terço: “Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro”.
Finalizada mais uma etapa da procissão, o ostensório é novamente colocado no andor. Segue-se a Rua de São Domingos, a Travessa do Bispo e o Largo da Sé. Se até então foi difícil aferir o número de fiéis, a entrada e tomada dos assentos na Sé Catedral elucidaram-nos quanto às largas centenas que se foram juntando à procissão ao longo do percurso – fiéis que fizeram questão num final Domingo, com calor e elevada percentagem de humanidade, de acompanharem o seu bispo na procissão do Corpo de Cristo.
Já no interior da igreja, o ostensório é colocado no altar. A Assembleia acompanha o prelado na oração de encerramento, finda a qual benze os fiéis com o Santíssimo Sacramento.
Poucos segundos depois chega um dos momentos mais marcantes da procissão do Corpo de Cristo: a retirada da hóstia consagrada do ostensório, a fim de ser guardada no sacrário.
Concluído o ritual, os fiéis regressam a suas casas. É hora de jantar em família, em vésperas de mais uma semana de trabalho.
N.d.R.:Segundo uma nota da Coordenação da Catequese de língua portuguesa da Sé Catedral enviada a’O CLARIM, também no passado Domingo, “21 crianças e jovens da comunidade de língua portuguesa fizeram solenemente a sua Primeira Comunhão, na missa dominical das 11 horas. A Santa Missa foi celebrada na Sé Catedral pelo padre Daniel Ribeiro”.
José Miguel Encarnação