Jovens e doentes são a nossa prioridade
O programa de actividades de Verão promovido pela diocese de Macau vai voltar a realizar-se na paróquia de São José Operário, em Julho e Agosto. A iniciativa é uma das várias acções pastorais que a última igreja construída no território vai dinamizar nos próximos meses. Os jovens e os doentes merecem uma atenção particular.
A paróquia de São José Operário, localizada na zona da Areia Preta, volta a receber este ano o programa de actividades de Verão da diocese de Macau, destinado a crianças e jovens.
Habitualmente organizada pelo entretanto extinto Centro Pastoral Diocesano para a Juventude, a iniciativa deverá ser organizada pela Comissão Diocesana da Juventude, sendo uma das actividades pastorais que a Paróquia vai acolher nos próximos meses, explicou a’O CLARIMo padre Carlos Malásquez Quispe. Ao mesmo tempo irá ser dada uma maior atenção à formação espiritual dos leigos que mais activamente contribuem para o desenvolvimento da acção pastoral da Paróquia, adiantou o sacerdote comboniano.
«Estamos a planificar com alguns dos membros da Comissão Diocesana [da Juventude]aquilo que chamamos de actividades de Verão, que atraem cerca de uma centena de crianças, grande parte delas desta área [Areia Preta]», referiu o pároco da igreja de São José Operário. «Uma outra actividade que vamos desenvolver está mais direccionada, em certo sentido, para a formação espiritual. Vamos promover uma iniciativa destinada aos nossos acólitos. Trata-se de um retiro de dois ou três dias a realizar durante o mês de Agosto. Será uma oportunidade para que se fiquem a conhecer melhor a eles próprios, à sua própria espiritualidade e possam passar algum tempo juntos», ilustrou o padre Malásquez.
AJUDA AOS ENFERMOS
No Verão, a Paróquia promete também dar uma atenção particular ao sofrimento e às expectativas dos doentes. Durante o mês de Agosto, o padre Malásquez tenciona administrar o Sacramento da Unção dos Enfermos durante a Eucaristia, para que os fiéis possam sentir que Deus os acompanha e está ao lado de quem sofre: «No mesmo período de Agosto, também estamos a planear ter, durante a Missa, a celebração da Unção dos Enfermos, tendo em consideração aquilo que aconteceu ao longo dos últimos meses com a pandemia e também algumas situações de que nos apercebemos no âmbito da sociedade em que estamos inseridos. Algumas pessoas debatem-se com situações de depressão e vamos tentar abordar essa questão, oferecendo este Sacramento, em particular ao fiéis católicos. É uma forma de permitir que sintam a presença de Deus por meio desse Sacramento».
Apesar de não ter deixado sequelas profundas na forma como os fiéis da Areia Preta vivem a sua fé, o Covid-19 deixou marcas indeléveis na comunidade. O espectro do desemprego e a inquietude que a ele está associado é um dos desafios com os quais o pároco de São José Operário se tem vindo a deparar com maior frequência. «O impacto directo da pandemia no trabalho pastoral que desenvolvemos ou na nossa experiência com os fiéis não foi tão drástico como seria de imaginar. Tenho a perfeita consciência que alguns membros da nossa comunidade perderam o emprego e sei que isso é algo com o qual ainda estão a lidar; o desespero por não poderem contribuir para o sustento da família é algo com que ainda se debatem. Mas, apesar disso, continuam a vir à igreja e permanecem próximos de Deus. Pelo menos a sua fé continua presente», sublinhou o padre Malásquez.
FALTA DE ESPAÇO É PROBLEMA
O primeiro Domingo de Junho marca o encerramento do ano catequético na paróquia de São José Operário. Este ano, quase noventa crianças participaram nas aulas da Catequese, um número que poderia ser ainda maior caso o espaço disponível para as acolher fosse maior. «Vamos terminar o ano com 85 crianças e já temos a garantia de que muitas delas vão continuar, porque grande parte recebeu recentemente a Eucaristia [Primeira Comunhão]. Estes miúdos vão continuar connosco até à Confirmação [Crisma]. Acreditamos que é isso que vai acontecer, pelo que o número de pessoas inscritas na Catequese não só está garantido, como também vai ser reforçado com novas inscrições», explicou o missionário comboniano: «O número está a aumentar, mas por causa das nossas limitações em termos de espaço, já houve situações em que tivemos de recusar novas inscrições. No ano passado tivemos de estabelecer numerus clausus, porque não tínhamos espaço para colocar novos grupos. Ainda no Domingo passado [22 de Maio]tive uma conversa com a pessoa responsável pela Catequese, com o propósito de preparar o novo ano, e chegámos à conclusão de que vamos ter de libertar outros espaços, que não estão a ser utilizados neste momento; vamos ter de os utilizar para acomodar as crianças».
O crescimento do número de católicos na Zona Norte de Macau é resultado do esforço feito na formação espiritual das novas gerações. Na paróquia de São José – a única que celebra, actualmente, Missa em Mandarim – há no entanto várias excepções a confirmar a regra. «Há também alguns catecúmenos. Não tantos como os que eu gostaria que houvesse, mas há alguns. Neste momento, temos dois grupos a ser preparados. Bem, na verdade, são quatro grupos, mas para dois a caminhada de preparação está a chegar ao fim. Foram baptizados na Páscoa e, normalmente, a preparação estende-se até ao Pentecostes. Mas vamos abrir novas turmas para receber outras pessoas em Setembro», revelou o padre Carlos Malásquez.
Marco Carvalho