Uma réstia de esperança na Humanidade
Comoveu-me profundamente o que passaram doze crianças e o treinador-adjunto da equipa de futebol Moo Pa (Javalis Selvagens), ao ficarem encurraladas durante mais de duas semanas no complexo das grutas de Tham Luang, situado na província de Chiang Rai, no Norte da Tailândia.
A incerteza quanto ao desfecho final tornou-se numa angustiante espera, ao ponto de várias vezes recusar-me a acompanhar os acontecimentos pela Imprensa, dado que tudo poderia resultar numa grande tragédia. A angustia – estou certo – foi partilhada por milhões de pessoas que por todo o mundo sentiram grande preocupação por aquelas crianças e pelo treinador-adjunto da equipa.
Aqueles rostos, aqueles sorrisos e aquela simplicidade no modo de estar perante tanto perigo, conforme as imagens fotográficas ou televisivas difundidas, quando ainda estavam todos na gruta, são expressões que bem conheço na primeira pessoa. Revelam, nada mais, o aceitar da realidade com humildade, apesar de todas as adversidades, com aquele estado de espírito de que há sempre um “caminho” a trilhar para reverter a situação.
As preces de monges budistas, de sacerdotes cristãos (não apenas católicos) e de ministros de outras religiões, foram também importantes, assim como importantes foram todos os que se mostraram solidários com a causa, sempre com pensamentos positivos.
Louvo em especial a abnegação, o altruísmo e o heroísmo do médico e mergulhador australiano Richard Harris, e do mergulhador tailandês Saman Kunont (pagou um preço alto com a própria vida), dado que se tornaram peças fundamentais para o êxito da missão de salvamento.
Também o adjunto da equipa de futebol, Ekkapol Chantawong, merece o epiteto de herói, visto ter contribuído com a sua acção para o sucesso da missão, ao acalmar os jovens que com ele estiveram dias a fio sem saberem ao certo se sairiam da gruta com vida.
A operação de resgate não deixou ninguém indiferente. A onda de solidariedade, desde desconhecidos até figuras públicas mundiais, que resultou no salvamento de toda a equipa de futebol, leva-me a ter uma réstia de esperança no que ao bem da Humanidade diz respeito.
Pedro Daniel Oliveira