Qualidades humanas que perduram na memória.
A paróquia de Santo António assinala amanhã, dia 17 de Junho, pelas 11 horas e 30, o quarto aniversário do falecimento do padre Lancelote Miguel Rodrigues.
Natural de Malaca, onde nasceu em 1923, são conhecidas as suas façanhas em prol dos milhares de refugiados que acorreram a Macau entre 1963 e 1991. Arlete Dias foi próxima do sacerdote malaqueiro durante muitos anos. «Dei-lhe muito apoio, porque depois de ser ordenado padre começou a trabalhar também em Santo António.
E quando tinha o secretariado dos serviços sociais, apesar não ter cargo de vigário, nem nada, ajudava nas missas dominicais em Santo António», recorda. «Sempre ajudei o padre Lancelote. Quando ele não podia mais conduzir, era eu quem servia de “chauffeur”. Posso dizer que colaborei bastante com ele».
«Ainda no tempo da Administração Portuguesa chegou-se a organizar, com o apoio dele, um arraial de Santo António na igreja, ao lado… E convidámos os pauliteiros, que vieram de Portugal», refere Arlete Dias, que não esquece «as visitas aos asilos», surgindo-lhe imediatamente à memória «o padre Lancelote a cantar e a conviver com os velhinhos e as velhinhas». «Por vezes, dava mais algum dinheiro para “acrescentar” na comida. E quando faziam anos, tinham um “lai si”», frisa.
Arlete Dias também não esquece a comemoração do “Jubileu de Diamante”, com “missa de acção de graças da ordenação sacerdotal de Lancelote Miguel Rodrigues”, realizada a 6 de Outubro de 2009, na igreja de Santo António.
«Foi feito um pequeno livro para assinalar a ocasião. Convidei algumas pessoas amigas do padre Lancelote para deixarem alguns depoimentos. Tem do padre Juvenal Alberto Garcia, do general Rocha Vieira, último governador de Macau, de Leonor Diaz de Seabra, do padre Américo Casado, de D. Arquimínio Rodrigues da Costa, do [António] Estácio, do padre Dino Parra, do padre José dos Reis, de Rhode Island, e do padre Francisco Xavier Chan, na altura pároco de Santo António… E tem uma entrevista que lhe fiz», descreve.
De igual forma, lembra que «esteve cá propositadamente o padre Domingos da Cunha, que veio dos Estados Unidos para ser o cerimoniário da missa do Jubileu de Diamante».
A eucaristia em homenagem ao padre Lancelote Rodrigues é organizada pelos colaboradores voluntários das missas dominicais das 11 horas na igreja de Santo António. Vinte minutos antes do início será rezado o terço pela alma do sacerdote. O padre Francisco Xavier Chan será o celebrante da missa.
PEDRO DANIEL OLIVEIRA
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