Jornada à vida interior através da arte.
A irmã Marie Anastasia Carré inaugurou, na passada sexta-feira, a exposição “Jornada do Coração” com quarenta pinturas da sua autoria sobre os temas “Semana Santa”, “Jornada Interior”, “Relacionamento”, “Rosto de Jesus”, “Palavra Divina”, “Anjos” e “Emaús”.
A mostra está patente ao público até ao próximo dia 30 de Junho na galeria de exposições da biblioteca da Sé Catedral, situada no lado direito do altar principal. Alguns trabalhos estão distribuídos pela nave da igreja.
«Julgo que a “Jornada do Coração” é partilhar algo muito importante para a nossa vida. Hoje em dia estamos muito acostumados a cuidar de assuntos exteriores – temos que cuidar do nosso trabalho, da nossa vida, da nossa família. São muitas coisas exteriores, muitas coisas visíveis», disse a’O CLARIM a religiosa da Comunidade das Beatitudes.
No entanto – segundo descreveu – há uma parte invisível na vida de cada um de nós. Ou seja, a vida interior. «Cada pessoa quer cuidar dessa parte interna, mas às vezes pode esquecer-se de fazer isso. Assim sendo, esta exposição serve para lembrar a importância [da vida interior] e para torná-la “visível”», referiu a irmã Carré, acrescentando que também tem a intenção de «propor às pessoas o início de uma jornada ou a sua continuação», para além de «serem encorajadas a fazer esta jornada do coração e a concentrarem-se mais na vida interior».
«Espero realmente que alguns artistas também possam ver [esta mostra] e ter a oportunidade de receber a graça, pensando ou percebendo que podem trabalhar para a Igreja e trabalhar para Deus [com os seus dons artísticos]», frisou a pintora, para quem «há muita necessidade de arte cristã, especialmente da arte cristã asiática».
A irmã Marie Anastasia Carré nasceu numa família de artistas em França. Depois de terminar o curso de Artes Plásticas na Universidade de Rennes passou a professora de arte, mas após tomar a decisão de se converter à fé católica renunciou às artes e abraçou a vida consagrada.
Recomeçou a pintar nas Filipinas quando se dedicava ao trabalho missionário. As cores luminosas e quentes da Ásia influenciaram o novo estilo da sua pintura. Utiliza acrílico, aguarelas, tintas e colagens. Os seus quadros mostram como os sofrimentos, os desafios e as feridas podem ser transformados, através da graça, em luzes.
P.D.O. com J.Y.