FEVEREIRO, MÊS DA SAGRADA FAMÍLIA

FEVEREIRO, MÊS DA SAGRADA FAMÍLIA

Entidade comum, única e irrepetível

A Igreja Católica dedica uma devoção especial a cada mês do ano. Janeiro foi dedicado ao Santíssimo Nome de Jesus. Em Fevereiro, é a vez da Sagrada Família.

Neste mês de Fevereiro, em que a Família de Nazaré acompanha os fiéis de forma especial, é feito um apelo universal a cada família: que sintam o desejo e elevem-no ao Céu, de serem protegidas, guiadas e aperfeiçoadas por São José, Maria Santíssima e o Menino Jesus, procurando as virtudes teologais em cada pessoa da “trindade” da Sagrada Família. Este é um exemplo a seguir na caminhada rumo ao verdadeiro amor de Deus e a uma vida de santidade. Esta “trindade” dirige os corações à Verdadeira Trindade, ao Deus Trino – o destino de cada cristão peregrino neste mundo e de cada família.

Cristo quis nascer e crescer no seio da Sagrada Família de José e Maria – a Igreja outra coisa não é senão a “família de Deus”, como nos ensina.

O Catecismo da Igreja Católica (CIC) refere que a família cristã é uma comunhão de pessoas, vestígio e imagem da comunhão do Pai e do Filho no Espírito Santo, sendo a sua actividade procriadora e educativa o reflexo da obra criadora do Pai. “É chamada a partilhar da oração e do sacrifício de Cristo. A oração quotidiana e a leitura da Palavra de Deus fortalecem nela a caridade. A família cristã é evangelizadora e missionária” (CIC n.º 2205).

A 2 de Fevereiro de 1994, por ocasião do “Ano Internacional da Família” proclamado pela ONU, o Papa João Paulo II escreveu uma longa carta às famílias, tendo iniciado a missiva da seguinte forma: “A família: uma via comum, mesmo se permanece particular, única e irrepetível, como irrepetível é cada homem; uma via da qual o ser humano não pode separar-se”.

O Santo Padre sublinha o amor pelo qual o apóstolo Paulo dedicou um hino na Primeira Carta aos Coríntios – aquele amor que é “paciente”, é “benigno” e “tudo suporta” (1 Coríntios 13:4-7) é, sem dúvida, um amor exigente. O amor é também um traço do seguidor de Cristo: «Se vocês tiverem amor uns para com os outros, todos reconhecerão que vocês são meus discípulos» (João 13:35).

Ao recorrer de novo aos ensinamentos do Catecismo da Igreja Católica, João Paulo II refere que nos nossos dias, num mundo muitas vezes estranho e até hostil à fé, as famílias crentes são de primordial importância, enquanto focos de fé viva e irradiante: “É por isso que o II Concílio do Vaticano chama a família, segundo uma antiga expressão, ‘Ecclesia domestica – Igreja doméstica’. É no seio da família que os pais são, ‘pela palavra e pelo exemplo […], os primeiros arautos da fé para os seus filhos, ao serviço da vocação própria de cada um e muito especialmente da vocação consagrada’”.

Jesus deixa assim um apelo à vivência da fé em família, seja por laços de sangue, seja por laços do Corpo Místico do Senhor: «Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí no meio deles» (Mateus 18:20).

MIGUEL AUGUSTO

Legenda: Sagrada Família, capela da Vila de São José, Cheoc Van (Macau).

Foto: Miguel Augusto

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