“Stands” da Indonésia e Portugal geram mal-estar.
A Feira de Produtos de Marcas Famosas de Guangdong e Macau, que decorreu no Venetian entre 29 e 31 de Julho, gerou desconforto devido ao facto de empresas da Indonésia e de Portugal terem utilizado o recinto para promover os seus produtos.
A nova localização do certame foi outra crítica apontada à organização, a cargo do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM).
«Trata-se de uma feira com produtos de Guangdong e de Macau. Por que razão havia “stands” de várias dezenas de empresas da Indonésia e de, pelo menos, três de Portugal? Não tenho nada contra, mas não recai no âmbito do evento», disse a’O CLARIM, sob anonimato, responsável de uma empresa representada na feira.
«Se houve um esforço para trazer empresas de outros países, se calhar esse esforço poderia ter sido canalizado para atrair mais empresas de Macau e da Província de Guangdong», acrescentou a mesma fonte, que não quis comentar a afluência total de 83 mil visitantes, conforme número avançado pelo IPIM, visto ter como propósito «descrever apenas» o que viu e sentiu «em termos de negócio».
A mudança do evento da Doca dos Pescadores para o Venetian também não deixou indiferente uma empresária que visitou o certame. «O local não é o mais ideal, porque a feira estava mais longe do público-alvo deste género de produtos, que são do tipo “B to C” [entre empresas e consumidores]», explicou.
Sublinhando que o certame tem «atingindo gradualmente a maturidade», numa reacção às críticas, o presidente do IPIM, Jackson Chan, atribuiu à «ampliação da sua escala» a razão porque a edição de 2016 decorreu no Venetian.
«Em articulação com a estratégia de desenvolvimento nacional “Uma Faixa, Uma Rota”, e com vista a desenvolver o papel de plataforma de serviços económicos e comerciais desempenhada por Macau, foi introduzida no corrente ano a “Zona de exposição de produtos típicos da Indonésia”», acrescentou.
«A par disso, a fim de promover a construção» da mesma «plataforma de serviços entre a China e os Países de Língua Portuguesa [PLP], e os “Três Centros”, foi dada continuidade à instalação no recinto de uma “Zona Especial de Produtos Alimentares de Portugal”, destinada à venda de produtos típicos e de produtos alimentares portugueses», frisou.
Em jeito de conclusão, o presidente do IPIM referiu que «a integração das referidas duas feiras irá favorecerá o reforço das trocas comerciais e o intercâmbio com as empresas das regiões, inseridas ao longo de uma “Uma Faixa, Uma Rota”, e as sedeadas na China Continente, nos PLP e em Macau».
PEDRO DANIEL OLIVEIRA