DOMINGO DE RAMOS MARCA O INÍCIO DA SEMANA SANTA

DOMINGO DE RAMOS MARCA O INÍCIO DA SEMANA SANTA

Bênção e procissão nas igrejas de Macau

Em comunhão com a Igreja universal, os fiéis de Macau celebram depois de amanhã o Domingo de Ramos, nas nove paróquias do território.

Seguindo as novas indicações da Santa Sé para o período pascal, em resultado da pandemia de Covid-19, a tradição irá manter-se mas com pequenas nuances em relação a anos anteriores.

Deste modo, salvo alguma alteração que ocorra à última hora, haverá bênção dos ramos (sem água benta) à porta das igrejas e procissão, estando esta apenas reservada ao padre e aos acólitos.

O Domingo de Ramos marca o início da Semana Santa, o período mais alto do calendário litúrgico. Segundo o Catecismo da Igreja Católica, a entrada de Jesus em Jerusalém manifesta a vinda do Reino que o Rei-Messias vai realizar pela Páscoa da Sua morte e ressurreição.

Este Domingo é assim apelidado pelo facto do povo ter cortado ramos das árvores, ramagens e folhas de palmeira para cobrir o chão por onde o Senhor passaria montado num jumento, expressão de pequenez terrena – sendo Rei, manifesta-Se não o sendo deste mundo! Deixou claro ao povo que não era um Messias temporal e político, um libertador efémero, mas o grande libertador das correntes do pecado, a raiz de todos os males.

Jesus é aclamado pela multidão de discípulos que louvam a Deus, com voz forte por todas as acções poderosas que tinham visto: «Bendito o que vem, o rei, em nome do Senhor!» (Lucas, 19:38). Consequentemente, o Salvador despertou, nos sacerdotes da época e mestres da Lei, inveja, desconfiança e medo de perderem o poder.

Inflamou-se cada vez mais no coração de muitos uma vontade de condená-Lo à morte.

O Domingo de Ramos é o início da Semana que mistura os gritos de “Hosana” (que quer dizer: “então salva!”) com os clamores da Paixão de Cristo. Os ramos abençoados, que os fiéis levam para suas nossas casas após a Santa Missa, fazem-nos lembrar que somos baptizados, filhos de Deus, membros do Corpo Místico de Cristo; participantes da Igreja e defensores da fé católica, especialmente nestes tempos difíceis; um caminho em direcção ao Calvário que alcançará a vitória na Ressurreição.

As escrituras descrevem a Paixão do Senhor revivida na Celebração Eucarística deste Domingo, em cada Ano Litúrgico, por um Evangelista – a Sua angústia mortal no Horto das Oliveiras, o sangue vertido com o suor, o beijo da traição de Judas, a prisão, os maus tratos nas mãos dos soldados romanos. O Seu julgamento iníquo diante de Pilatos, depois, diante de Herodes. A Sua condenação; o povo a vociferar: “Crucifica-o!, crucifica-o!”. As bofetadas, as humilhações cruéis coroadas com espinhos. O caminho percorrido até ao Calvário; a ajuda de Cireneu, o consolo das santas mulheres; o terrível madeiro da cruz. O Seu diálogo com o bom ladrão; o coração trespassado da Sua Mãe aos Seus pés na cruz com o apóstolo amado; a Sua morte e sepultura.

O Domingo de Ramos ensina-nos que seguir Cristo é renunciar-nos a nós mesmos, morrer na terra como o grão de trigo para poder dar fruto (João, 12:24).

Miguel Augusto

com Filipe Aquino

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