CRECHE DE SÃO JOSÉ AUTORIZADA A AUMENTAR NÚMERO DE ALUNOS

CRECHE DE SÃO JOSÉ AUTORIZADA A AUMENTAR NÚMERO DE ALUNOS

Missão: formar crianças, pais e funcionários

A Creche Internacional de São José, estabelecimento de ensino infantil criado pela diocese de Macau há pouco mais de dois anos, vai poder inscrever um maior número de alunos já a partir de Janeiro. A informação foi avançada a’O CLARIMpela directora da instituição. Nair Cardoso revela que o Instituto de Acção Social deu carta branca à abertura de uma nova sala e ao recrutamento de quase mais trinta alunos.

Apoiada pelo Instituto de Acção Social (IAS), a Creche Internacional de São José estava até agora autorizada a preencher 140 das 240 vagas para as quais está licenciada, mas o panorama deverá alterar-se já no início de 2023. «O Governo finalmente acedeu aos nossos pedidos e autorizou a abertura de mais uma sala, já a partir de Janeiro. Quer dizer que no próximo ano o contingente de alunos que estamos autorizados a inscrever vai crescer para os 168. Portanto, quem estiver a ler esta entrevista, se quiser agarrar uma das vagas, venha rápido», salienta Nair Cardoso. «Neste momento, temos autorização para inscrever 140 alunos. Temos uma licença para 240, mas o Instituto de Acção Social só nos autoriza a abrir cinco salas, com capacidade para 140 crianças. É o equivalente a 28 crianças em cada sala. Pessoalmente, acho que mais de 18-20 crianças por cada sala é muito, tendo como ponto de comparação as perspectivas europeias. Em países como Portugal não temos tantas crianças nas salas de aula e o rácio é de um adulto por cada sete crianças, no máximo. Aqui é um exagero: um adulto por cada dez, onze crianças. Isto é algo pelo qual tenho vindo a batalhar. Tenho tentado fazer com que o Governo perceba que temos que olhar para o que é bem feito lá fora e trazer aqui para Macau», defende a directora da Creche Internacional de São José.

A autorização concedida pelo IAS para o recrutamento de um maior número de alunos é bem-vinda, mas não responde, ainda assim, à elevada procura que a instituição de ensino e assistência infantil tem vindo a registar quase desde que abriu portas. No ano passado a procura foi tanta que a Creche se viu obrigada a colocar quase duas centenas de alunos em lista de espera. «Temos tido muita procura. No ano passado estávamos com cento e oitenta e tal miúdos em lista de espera», sublinha Nair Cardoso. «Temos miúdos de Coloane e da Taipa. Nestes casos, são famílias que nos procuram por causa da nossa filosofia de ensino. Não procuram necessariamente pela localização. Mas também temos miúdos que moram aqui no prédio em cima. É uma variedade muito grande. Há quem nos procure pela localização, outros pela filosofia, outra pela opção de fazermos uso da língua chinesa, da língua portuguesa e da língua inglesa. Muitas famílias querem colocar os filhos nas escolas internacionais e, portanto, optam por nós. É uma variedade bastante grande. Mas continuamos a ter muitos miúdos em lista de espera», reafirma a responsável.

A quantidade de alunos inscritos importa, mais não seja para garantir a viabilidade económica do projecto, mas para Nair Cardoso a grande prioridade passa por conseguir afirmar a filosofia de ensino que distingue a Creche Internacional de São José e procurar transmiti-la, quer aos funcionários do estabelecimento, quer aos pais das crianças: «A minha principal preocupação durante o meu primeiro ano à frente da Creche foi a de formar novos funcionários, fazer publicidade e “marketing” e construir uma nova imagem da Creche, instaurando uma filosofia que não existia, uma filosofia de missão. Se somos uma instituição católica, acho que essa é a imagem que temos que passar», defende, concluindo: «Há uma tendência muito grande das pessoas em quererem agradar aos pais: os pais acham assim, os pais pagam e nós temos que fazer assim. E aqui há uma mensagem muito forte, que é: nós temos a nossa missão, nós temos as nossas características e não nos podemos abalar com nada. Quando os pais vêm, eu tento sempre ter uma conversa com eles. E esse é o grande desafio: a formação dos pais e dos funcionários».

Marco Carvalho

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *