Valorizar a vida, preservar a dignidade humana

COMISSÃO DIOCESANA PARA A VIDA TOMOU POSSE NA SEGUNDA-FEIRA APÓS CELEBRAÇÃO DE MISSA NA SÉ CATEDRAL

Valorizar a vida, preservar a dignidade humana

Os novos membros da Comissão Diocesana para a Vida, para o triénio 2022-2025, foram formalmente empossados na passada segunda-feira, numa cerimónia presidida pelo bispo D. Stephen Lee. A tomada de posse decorreu ao início da noite na igreja da Sé Catedral, depois da Eucaristia com que a diocese de Macau assinalou o sexto aniversário da criação do organismo.

Em funções até 30 de Abril de 2025, a Comissão Diocesana para a Vida é presidida pelo bispo D. Stephen Lee, sendo constituída por quarenta personalidades, em representação de vários quadrantes da sociedade civil. Entre os membros do organismo, estão sacerdotes, médicos, advogados, professores e até antigos membros da Assembleia Legislativa. O ex-deputado Paul Chan Wai Chi é um dos leigos com assento na Comissão. E Paulino Comandante, secretário-geral da Associação dos Advogados de Macau, é um dos oito consultores convidados. O causídico partilha o estatuto com os padres Domingos Un e Michael Cheung, IVE. Este último, recentemente nomeado pároco da igreja de Nossa Senhora de Fátima, falou ao nosso jornal sobre os desafios que se colocam aos novos membros da Comissão, bem como sobre os projectos que se avizinham.

A aposta na Educação, segundo o padre Michael Cheung, IVE, deverá ser um aspecto-chave. «Falando de uma perspectiva geral, a maior parte das religiões são pró-vida. Mas os detalhes no que toca aos ensinamentos morais e à insistência na dignidade, no que toca à forma como se dever proteger e respeitar a vida e a dignidade humana, como isso é interpretado e implementado e ensinado, a este nível eu acho que a Igreja Católica é das religiões que mais tem feito nos últimos anos», sustentou o missionário do Instituto do Verbo Encarnado. «A existência de uma comissão direccionada para a protecção da vida e para a protecção da dignidade humana é muito importante, uma vez que perspectiva os trabalhos que necessitam ser feitos. É importante coordenar os trabalhos na área da Educação e também garantir que são colocados em prática. Saber o que deve ser feito é uma coisa, mas colocar esse conhecimento em prática é algo completamente diferente. Nós sabemos bem que muitas vezes nem mesmo os católicos compreendem, ou sabem colocar em prática, aquilo que a Igreja ensina, sobretudo no que toca à dignidade humana», acrescentou o sacerdote.

OS OLHOS NA LEI

Em Macau, a vaga secularista que procura contrariar os argumentos da Igreja, em particular no que toca aos temas pró-família e pró-vida, ainda não se revela com a mesma agressividade com que se faz sentir noutras regiões do planeta. Fenómenos como o aborto, a eutanásia ou as chamadas questões de género não entraram na agenda política do território. Apesar de considerar esta constatação uma «graça de Deus», o padre Michael defende que os católicos locais não devem “baixar a guarda” e procurar garantir que a legislação existente continue a privilegiar a defesa da vida e da dignidade humana. «Ainda que Macau esteja, em certo sentido, protegida – o que é, em determinada medida, uma graça de Deus – o perigo e a tentação ainda nos rodeiam. Embora as leis de Macau protejam a dignidade humana melhor do que em outras cidades ou regiões, o mesmo não acontece com os gestos e as práticas dos cidadãos. Há muitas coisas que sucedem e sobre as quais não temos conhecimento, não são noticiadas ou, pura e simplesmente, são feitas às escondidas. Ainda necessitamos de reforçar a compreensão das pessoas e de mobilizar o seu apoio para que a legislação seja mantida», defendeu, em declarações a’O CLARIM. Mais: «necessitamos de insistir o mais que pudermos; na verdade, não apenas com o propósito de preservar a legislação, mas também com o objectivo de a tornar mais forte, para que possa englobar todos os estágios da vida. Temos este conjunto de leis. De que forma é que as podemos tornar ainda melhores através da Educação? Vamos tentar casar ambas as coisas para que as pessoas não possam dizer que não sabiam que as leis existem. Não há nada como tornar claro porque razão as leis existem», concluiu o padre Michael.

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Coro juvenil encerra celebrações do mês de Maria

A paróquia de Nossa Senhora de Fátima foi no sábado palco de um concerto do Coro Juvenil do Colégio Diocesano de São José (edifício n.º 5), localizado paredes-meias com a igreja dedicada à Virgem do Rosário de Fátima. A iniciativa, com a qual a Paróquia concluiu as celebrações do Mês de Maria, pautou uma das primeiras actuações públicas do agrupamento coral, revelou a’O CLARIMo padre Michael Cheung, IVE. «Assinalámos, com o Colégio Diocesano de São José, o fim do Mês de Maria. Foi uma forma de honrar e de meditar sobre a bondade de Nossa Senhora. Foi também uma forma de oferecer às crianças do coro uma oportunidade para subirem ao palco, para que pudessem louvar, através do canto, o papel de mãe de Maria», sublinhou o sacerdote.

Criado pouco antes da pandemia, o coro tem vindo a ensaiar de forma intermitente ao longo dos últimos dois anos. O agrupamento coral é formado por cerca de quarenta crianças e jovens, muitos dos quais nem sequer são católicos. «Muitos dos membros do coro nem sequer são católicos, mas foi-lhes dada a oportunidade de servir, de partilhar com os seus pais, que também não são católicos, a mensagem que se esconde nestas belíssimas melodias.[…]Este tipo de iniciativas oferece-lhes a possibilidade de ficarem a conhecer Deus, de ficarem a conhecer os Seus planos, de conhecerem a Mãe de Jesus. Esperamos que eles possam compreender que, fazendo isto, é-lhes dada a possibilidade de conhecer melhor Jesus Cristo», defendeu o padre Michael.

Marco Carvalho

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