Brian Clowes, director para a investigação e educação da “Vida Humana Internacional”

O Homem é tendencialmente corrupto

O mundo precisa dos políticos, mas onde há falta de valores prevalece a corrupção, sustenta Brian Clowes. A’O CLARIM, o director para a investigação e educação da “Vida Humana Internacional” aponta três indicadores para a felicidade e descreve o que correu mal nos Estados Unidos, país que considera ser tão corrupto como as nações africanas. Descarta também que a Igreja Católica esteja desactualizada, porque tem a ciência do seu lado.

O CLARIMDe que forma pode a “Vida Humana Internacional” desempenhar um papel importante num mundo onde o capitalismo e o consumismo regem a vida das pessoas?

BRIAN CLOWES – Precisamos de nos reorientar para longe das coisas temporárias, a favor das eternas. Devíamos pensar mais em Deus e no carácter das nossas almas. Algo que descobri, assim como muitas outras pessoas, foi que todos os pertences, todas as drogas e todo o dinheiro do mundo não conseguem satisfazer ninguém ou fazê-los felizes.

CLQue opções temos?

B.C. – A “General Social Survey” dos Estados Unidos mostra-nos três indicadores que podem dizer se alguém poderá ser ou não feliz. O primeiro vem do facto de haver família com pai e mãe. O segundo é estarem casados e terem filhos. O terceiro é acreditarem em Deus e serem religiosos.

CLHá políticos pelo mundo a ganhar muito dinheiro de forma duvidosa. Que opinião tem sobre o facto de, directamente ou indirectamente, também serem responsáveis pela promoção de valores desviantes?

B.C. – Precisamos, realmente, dos políticos. O problema é que a natureza do Homem diz-nos que onde há uma oportunidade de ser corrupto muito provavelmente irá sê-lo. Isto não era um problema há cinquenta ou sessenta anos. Pelo menos nos Estados Unidos os políticos eram honestos. Se olharmos para os jornais das décadas de 40 e de 50 os políticos eram respeitados porque representavam o povo de forma decente e a maior parte das vezes eram honestos e frontais, em vez de corruptos.

CLO que mudou?

B.C. – O problema deu-se nos anos 60 quando os professores passaram a ensinar aos alunos algo do género: “faz o que quiseres; se te sentires bem podes fazê-lo”. E Deus passou a ficar fora das escolas e as pessoas começaram a desejar o consumismo, entre outras coisas. É claro que se o Homem crescer neste ambiente e se desempenhar cargos de poder irá usá-los em proveito próprio e será corrupto.

CLFaz várias referências aos Estados Unidos. E sobre o resto do mundo? Muitas nações não seguem as mesmas políticas devido às suas especificidades de origem cultural, legados judiciários e por aí fora…

B.C. – Temos que pensar na lei natural porque não interessa onde estamos ou a cor da nossa pele. África, América Latina, Nova Iorque ou outra parte do mundo. Não interessa! Podemos falar línguas diferentes, vestir de outra forma, ter uma alimentações diferente. Se olharmos bem, o coração humano é sempre o mesmo. Se nós [cristãos] não formos educados com fortes valores cristãos, do género “devemos preocupar-nos com os nossos irmãos”, não interessa se somos de Lagos, na Nigéria, da Irlanda ou da Rússia. Se não tivermos estes valores então vamos ser corruptos. O que está a atrasar o [desenvolvimento do] continente africano é a corrupção. Mas os Estados Unidos são tão corruptos [como os países africanos], mas nós [americanos] apenas disfarçamos melhor. Há tantos biliões de dólares desviados todas as semanas nos Estados Unidos. Estamos chocados com isto. Mas claro, [a corrupção] vai continuar porque é aquilo a que fomos levados a acreditar.

CLHá críticos a defender que a Igreja Católica está desactualizada e os contraceptivos podem resolver muitos problemas…

B.C. – Uma das lições que aprendi foi que, em termos de sexualidade, a ciência vai sempre ao encontro dos ensinamentos da Igreja. Quando eles [os críticos] sustentam que os preservativos previnem a SIDA, o contrário é que é verdade porque os preservativos falham uma em cada dezasseis vezes. Este resultado foi obtido nos Estados Unidos pelo guia de planeamento familiar denominado “Contraceptive Technology”. Quanto à Igreja estar desactualizada, merece uma boa gargalhada porque a Igreja está sempre à frente da ciência. A Igreja percebe a Humanidade, e por esta razão a “cultura da morte” aparece com todo o tipo de soluções, que causam mais problemas do que resoluções.

CLSe a indústria dos contraceptivos desenvolvesse um produto melhor no futuro, tal como um preservativo 100% seguro, será que poderia aceitar-se o seu uso? Ou seria ainda considerado pecado?

B.C. – A Igreja ensina que não devemos mutilar o corpo por ser o templo do Espírito Santo. Vemos outra vez a ciência apoiar a Igreja porque nos Estados Unidos temos vários estudos a demonstrar que muitos casais que usam contraceptivos atingem uma taxa superior a 50% de divórcios. Quando os homens e as mulheres usam contraceptivos estão a dizer aos parceiros que os aceitam, à excepção da fertilidade. Isto causa grandes problemas nos casamentos.

CLO mundo não é apenas feito de cristãos, porque há também muçulmanos, budistas, hindus e judeus, entre outros…

B.C. – Temos trabalhado com todas as crenças e chegámos à conclusão que independentemente da religião em que se acredita a ciência aponta sempre para a mesma verdade, que é seguir a lei natural, a forma como trabalha a natureza, e nunca de outra forma, porque a natureza não perdoa.

PEDRO DANIEL OLIVEIRA

pedrodanielhk@hotmail.com

 

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