Macau rezou pela eleição do novo Papa

D. STEPHEN LEE PRESIDIU A MISSA PRO ELIGENDO ROMANO PONTIFICE

Macau rezou pela eleição do novo Papa

A Sé Catedral de Macau acolheu ao início da noite da passada terça-feira uma missa pela eleição do novo Papa. Uma semana após terem rezado com o bispo D. Stephen Lee pela alma do Papa Francisco, os fiéis responderam de novo ao apelo da Cúria Diocesana e pediram que a luz divina iluminasse os cardeais eleitores na escolha do sucessor de Jorge Mario Bergoglio.

Presidida por D. Stephen Lee a Missa Pro Eligendo Romano Pontifice foi celebrada a menos de 24 horas do início do processo eleitoral para eleger o novo Papa. Na homilia que proferiu, o bispo de Macau deixou um apelo aos católicos locais para acolherem de coração aberto o novo Santo Padre, tendo pedido que rezassem pelos cardeais, para que fossem capazes de interpretar a orientação do Espírito Santo. «Aqui reunidos, peço-vos que rezem, em particular, pelo Conclave e pelos cardeais que vão escolher o novo Papa, para que possam discernir verdadeiramente a vontade de Deus», começou por afirmar D. Stephen Lee.

Na ocasião, o prelado destacou a importância da oração, do amor cristão e da comunhão eclesial, lembrando a Igreja é una, santa, católica e apostólica. Estes atributos – argumentou – identificam traços essenciais da Igreja e da sua missão. Aos católicos presentes, pediu que rezassem pela unidade da Igreja e evocou os ensinamentos de São Paulo, entre os quais, uma das mais significativas metáforas utilizadas pelo apóstolo nas suas epístolas.

São Paulo, autor da “Carta aos Efésios”, compara com frequência a Igreja a um corpo, convicto de que a Igreja é uma realidade compacta, visível na sua unidade e, ao mesmo tempo, rica em diversidade e coesa na comunhão e na obediência. Numa abordagem mais aprofundada à teologia do corpo eclesial, Paulo dá especial ênfase não apenas à importância de cada membro, mas à íntima relação que todos mantêm entre si, vinculados e obedientes “à cabeça”.

A obediência ao Papa, enquanto representante de Cristo na Terra, defendeu D. Stephen Lee, é um dever dos católicos e um garante da unidade da Igreja: «Somos todos pecadores. Ao longo da História da Igreja fomos testemunhas de incontáveis pecados, tão só e apenas porque somos todos pecadores. Ainda assim, a Igreja é Santa, porque a Igreja é uma dádiva de Deus. Nós, que formámos a Igreja, não somos perfeitos, mas o corpo de Cristo é perfeito».

Por mais de uma vez, o prelado mostrou-se convicto de que Deus guia os cardeais eleitores, procurando serenar os fiéis: «São Pedro foi escolhido pelo próprio Jesus Cristo, e todos os bispos foram escolhidos por São Pedro e pelos seus sucessores. Se olharmos para o passado, podemos rastrear toda a genealogia da Igreja. Esta tem uma natureza sobrehumana, na medida que é o resultado da orientação e da luz irradiada pelo Espírito Santo».

Por se tratar de um instrumento do Espírito Santo, a escolha do novo Pontífice escapa aos desígnios do Homem e não deve, por isso, ser alvo de especulação e apostas. O Bispo lembrou que a Igreja não se rege pelos mesmos preceitos do mundo secular: «A Igreja não é um partido político. A Igreja não se rege por uma qualquer ideologia social. A Igreja não é meramente uma organização que responde a circunstâncias mundanas ou a uma estrutura secular. Não nos importamos com quem possa vir a ser o novo Papa, uma vez que confiamos na orientação de Deus».

O mesmo apelo à fé em Deus e à confiança no Espírito Santo foi feito na quarta-feira, por D. Giovanni Battista Re, na Missa Pro Eligendo Romano Pontifice que antecedeu a abertura do Conclave. Na homilia, o cardeal exortou os fiéis à oração confiante, à escuta atenta do Espírito Santo e ao cultivo da comunhão fraterna. Invocou ainda ao Espírito Santo para que os cardeais elegessem um Papa de acordo com a necessidades da Igreja e da Humanidade, num momento tão complexo da História Universal. «Oremos para que Deus conceda à Igreja o Papa que melhor saiba despertar as consciências de todos e as energias morais e espirituais na sociedade actual, caracterizada por um grande progresso tecnológico, mas que tende a esquecer Deus. O mundo de hoje espera muito da Igreja para a salvaguarda dos valores fundamentais – humanos e espirituais – sem os quais a convivência humana nem será melhor, nem beneficiará as gerações futuras. Que a Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, nos auxilie com sua materna intercessão, para que o Espírito Santo ilumine as mentes dos cardeais eleitores e os torne concordes na eleição do Papa de que o nosso tempo necessita», disse D. Giovanni Batista Re, citado pelo portal Vatican News.

Marco Carvalho

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