Diocese promove Colecta para os Lugares Santos da Terra Santa

RECOLHA TEM LUGAR NA SEXTA-FEIRA SANTA (LITURGIA DA PAIXÃO DO SENHOR)

Diocese promove Colecta para os Lugares Santos da Terra Santa

Os católicos de Macau e de todo o mundo são convidados a demonstrar a sua solidariedade para com as comunidades cristãs da Terra Santa, ao contribuírem para a colecta anual para os lugares onde Jesus Cristo realizou o seu ministério e pregou a Palavra de Deus. À semelhança de outros anos, a recolha de donativos terá lugar na próxima sexta-feira, 18 de Abril, durante a Liturgia da Paixão do Senhor.

Também referenciado pela Igreja Católica como “Collecta pro Locis Sanctis”, o peditório serve como principal fonte de sustento para os lugares santos, para além de constituir um importante contributo para a revitalização das comunidades eclesiais do Médio Oriente. O montante angariado nas paróquias de todo o mundo é integralmente canalizado pelo Vaticano para a Terra Santa, onde é usado, entre outras iniciativas, para a manutenção e conservação dos locais sagrados. «Quando falamos em manutenção, é necessário ter em conta que são precisos funcionários para operar a reparação das imagens, para zelar pela segurança e tudo o mais», começa por explicar o padre Daniel Ribeiro, acrescentando: «a conservação das igrejas, dos museus e de outros espaços sagrados comporta gastos consideráveis com profissionais artísticos. Esta colecta ajuda a cobrir os custos com a manutenção das igrejas, dos santuários e de outros lugares sagrados da Terra Santa».

Implementada pelo Papa Paulo VI em1974, a iniciativa também apoia projectos educativos, sociais e de saúde em vários países do Médio Oriente, incluindo Palestina, Israel, Síria e Líbano.

A colecta, a mais importante conduzida pela Igreja Católica, reveste-se de especial significado, dado coincidir com uma data especial para os fiéis. «A Sexta-feira Santa é o único dia em que não é celebrada Missa durante o ano, embora as pessoas recebam a Eucaristia, que é consagrada na Missa de quinta-feira. É um dia central para a fé cristã. É, fundamentalmente, um dia de jejum e penitência. Uma forma de penitência é, precisamente, os católicos colaborarem para a manutenção dos lugares santos», refere o vigário paroquial da Sé Catedral para a comunidade de língua portuguesa.

De acordo com o sacerdote, trata-se de «uma iniciativa com uma finalidade comum a toda a Igreja e a todo o mundo. Revela a unidade da Igreja, numa data essencial para o Catolicismo, e deixa patente, de uma forma muito concreta, que a penitência, a caridade e os sacrifícios pessoais também podem ser feitos assim, através de um contributo económico».

O primeiro documento que menciona a colecta em prol da Terra Santa – a bula de Calisto III – data de 1455 e autoriza dos frades da Custódia da Terra Santa a viajar para diversos países e a arrecadar dinheiro para os lugares santos. Mais tarde, Paulo VI deu um impulso decisivo ao apoio às comunidades cristãs da Terra Santa, ajudando a dar resposta a uma preocupação que remontava aos primórdios do Catolicismo.

«Esta iniciativa mostra um espírito católico, um espírito cristão que existe desde o Acto dos Apóstolos. Houve um momento em que São Paulo se encontrava em missão, na Ásia Menor e apercebeu-se que a Igreja de Jerusalém estava a passar por dificuldades», conta o padre Daniel. «São Paulo fez uma colecta entre católicos, entre cristãos da diáspora, e enviou o dinheiro recolhido para Jerusalém, para ajudar aqueles que passavam por dificuldades. Hoje é um gesto de partilha, um gesto de caridade, que mostra a unidade e a caridade como duas características muito fortes da Igreja».

Marco Carvalho

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