Escola Portuguesa recebe exposição sobre mangais
Doze estabelecimentos de ensino vão receber até Abril de 2022 uma exposição sobre o papel que os mangais podem desempenhar na salvaguarda das zonas costeiras, face ao impacto das alterações climáticas. Em Janeiro será a vez da Escola Portuguesa de Macau receber a iniciativa.
A Escola Portuguesa de Macau recebe, já em Janeiro do próximo ano, uma exposição itinerante sobre o papel dos mangais na mitigação dos efeitos das alterações climáticas. A mostra, da responsabilidade do Instituto de Ciências e Ambiente da Universidade de São José, é composta por cartazes, fotografias, filmes, modelos interactivos e maquetes, que colocam em relevo a acção das zonas húmidas – e dos mangais, em particular – na salvaguarda da linha costeira face a fenómenos como a poluição ou a subida do nível médio das águas do mar.
A exposição, que desde o final de Outubro esteve patente ao público em escolas como o Colégio Yuet Wah e a Escola Internacional de Macau, vai percorrer durante meio ano um total de doze estabelecimentos de ensino. O objectivo, refere a investigadora Karen Araño Tagulao, passa por despertar consciências e dar visibilidade ao trabalho desenvolvido pelas universidades locais. «É importante aproximar estes projectos científicos das escolas para que os alunos possam perceber que as universidades desenvolvem trabalho e produzem resultados sobre problemas locais, neste caso em concreto: o ambiente», explica a coordenadora da iniciativa. «Esta exposição pode contribuir para que as gerações mais novas olhem de forma diferente para as universidades da RAEM. Dá uma outra perspectiva e uma visão desafrontada daquilo que as universidades estão a fazer em prol de Macau», acrescenta Karen Tagulao.
A mostra, que pôde ser vista no Verão de 2020, nas instalações da Universidade de São José, é o resultado de um longo estudo coordenado por Karen Tagulao. Nascida nas Filipinas, esta bióloga sustenta que os mangais operam não só como barreiras naturais face à subida das águas do mar, mas também desempenham um papel importante no que toca à absorção de dióxido de carbono e de outros poluentes: «A exposição aborda o papel importante dos mangais na adaptação e mitigação do impacto das alterações climatéricas, através de cartazes científicos, modelos interactivos e vídeo. Proporciona uma representação bastante vívida daquilo que os mangais podem fazer para proteger a cidade do impacto das alterações climáticas, o que vai contribuir para uma maior consciencialização de quem visita a mostra, até porque é algo que nos é próximo».
A exposição é complementada por palestras e visitas guiadas às zonas húmidas do território. Ao longo dos últimos dois anos, os responsáveis pela iniciativa já organizaram cerca de trinta visitas guiadas à estreita faixa de mangais que liga as ilhas da Taipa e de Coloane.
«Se considerarmos também o ano passado, organizámos cerca de trinta visitas. Este ano, e até ao momento, já organizámos cinco. As reacções têm sido bastante positivas, tendo por base o acompanhamento que fazemos antes e depois da visita. As palestras e as visitas permitem que os alunos tenham uma melhor compreensão desta matéria. Eles gostaram das actividades e para muitos deles foi a melhor forma de aprender», conclui a investigadora.
M.C.