Um olhar sobre o Afeganistão católico, hoje

IGREJA NA ÁSIA

Um olhar sobre o Afeganistão católico, hoje

A Igreja Católica no Afeganistão é praticamente inexistente. A liberdade de religião tem sido difícil de se obter nos últimos tempos, tanto no regime pós-talibã, como agora, e com muito maior perigo no regime talibã de 2021. É impossível viver abertamente como cristão no Afeganistão, já que deixar o Islão é considerado vergonhoso, e os cristãos convertidos ex-muçulmanos que acabam por ser descobertos têm de fugir do País ou são mortos. O País é considerado como o segundo que mais persegue os cristãos, perdendo apenas para a Coreia do Norte. Há pouquíssimos católicos neste país de maioria muçulmana, cerca de duzentos, que costumavam participar da missa na única capela que há no território afegão, localizada na embaixada italiana em Cabul, mas que actualmente se encontra fechada após a ofensiva talibã no Afeganistão e a tomada de Cabul.

A situação religiosa afegã não é apenas difícil para os católicos, mas também para os outros cristãos e para todos os outros grupos religiosos não sunitas. Até mesmo os muçulmanos xiitas são discriminados pelo grupo maioritário, os sunitas. Certas organizações missionárias cristãs afirmam que pequenas igrejas subterrâneas podem ser encontradas em todo o País, cada uma com menos de dez membros. Os homens muçulmanos convertidos ao Cristianismo são condenados à pena de morte e as mulheres devem ser mantidas em cativeiro e espancadas de três em três dias até se arrependerem e regressarem ao Islamismo.

Uma enorme pena para um povo que foi evangelizado pelo apóstolo São Tomé, logo no Século I, tendo, sobretudo no Norte, frutificado com um belo testemunho de uma igreja viva. As vicissitudes da história e as mais recentes desfizeram esse início prometedor de um país livre, também ele iluminado pela fé cristã. Hoje, após a reconquista talibã, neste ano de 2021, o Catolicismo vive nas catacumbas, Reza-se e crê-se ainda em Jesus, Filho de Deus, no Afeganistão radical e discriminatório, cruel para com os opositores, as meninas e mulheres. Porém, há uma mecha que ainda fumega, uma esperança que não morre nos porões subterrâneos da fé clandestina em que uma minoria secreta e corajosa mantém acesa a luz da fé. Esquecidos do mundo, e mesmo pelos seus irmãos cristãos estrangeiro, à excepção de alguns missionários e organizações que na clandestinidade se arriscam na proximidade e no possível apoio sobretudo aos pobres (são milhões), às crianças, meninas e mulheres.

Fontes principais: Wikipédia e Vatican News

ANDRÉ LAGOS

In Boa Nova – atualidade missionária

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