Os Motores do Mundo

Os Motores do Mundo

CONTESTAM AS TOURADAS, MAS ADMITEM O ABORTO E A EUTANÁSIA

A secularização é uma característica da sociedade actual. Separar a Religião do Estado é altamente desejável. O próprio Jesus Cristo afirma em dada altura «dai a Deus o que é de Deus e a César o que é de César».

Contudo, o que acontece na maioria dos Estados é que a secularização não é apenas uma separação de poderes, mas uma autonomia completa sem Deus. O Homem é o ser supremo (Marx), Deus morreu (Nietzsche). Nós matamos. Nós nos convertemos em deuses. As igrejas não são mais que o túmulo de Deus. Se matámos Deus já não O temos e, portanto, desaparece tudo e fica o nada. Muitos negavam a Deus e continuavam a defender valores. E Nietzsche afirma que é impossível. Sem Deus não há valores. Tudo está permitido não há bem nem mal. Tudo é igual. A pós-modernidade detém-se com o particular e o concreto, cansados de dar explicações a tudo. Da morte de Deus passa à morte do Homem. Se não há natureza humana tudo é possível. Este tema é uma “grande teoria” actual.

Aparece o fenómeno anti-vida com Malthus que analisa o crescimento populacional versusprodução, concluindo que é necessário diminuir a natalidade para garantir recursos em lugar de apelar a uma melhor redestribuição dos mesmos, como sistematicamente apela o Papa Francisco.

Por um lado aparece o feminismo, em que a mulher deve possuir os mesmos direitos que o homem como pessoa humana que é, por exemplo, o acesso à educação, poder votar, etc. Sendo vista como alguém complementar ao homem. Por outro lado, aparece Simone de Beauvoir, amante de Sartre, defendendo a concepção da maternidade como uma escravatura e a tentativa de igualar a mulher ao homem, afirmando que a mulher pode fazer qualquer trabalho dos homens. Esta tentativa de igualdade é no mínimo ridícula pois o homem jamais poderá gerar um filho!

Uma outra corrente não menos má, pois muitas vezes vem revestida de “manso cordeiro”, é a ecologia, mas dotada de um biologismo em que o Homem, ao contrário da ecologia personalista, é mais um elemento da Natureza. Há que fazer o controlo da natalidade. Estabelecer o equilíbrio do ecossistema. A culpa é das religiões monoteístas. É precisa endeusar a Natureza e regressa-se ao panteísmo. Surgem então partidos como o PAN a defender os direitos dos animais como se se tratassem de pessoas humanas. Contestam as touradas, mas admitem o aborto e a eutanásia!

Uma outra postura não menos perigosa que a anterior e que está fortemente relacionada com todas as outras é o relativismo, tudo vale, neste caso facilmente uma democracia se torna num totalitarismo aberto ou encoberto.

Transforma numa total perseguição toda a manifestação do divino; tirou-se as cruzes das escolas, por exemplo. Através desta nova postura chega-se à mudança da “verdade”, se a maioria pensa de outra maneira. Um exemplo aberrante é o caso do referendo à vida. A Constituição da República Portuguesa defende o direito à vida como um bem maior mas, se perante um referendo a maioria permite que se realize o aborto… A verdade sobre a excelência da vida sobre qualquer outro bem desaparece e é possível matar!

Um outro exemplo muito recente, ligado à pandemia, é o distanciamento social, nos transportes públicos, não é preciso, nos restaurantes e lojas é crucial! Ou ainda, no início era um disparate usar máscara e até contraproducente se esta fosse mal usada (não havia era máscaras para todos), agora temos as mesmas pessoas a colocarem a hipótese de se usar sempre máscara (agora há excesso de máscaras, a oferta é maior que a procura).

Outra manifestação concreta deste posicionamento é o lamentável episódio recente do casal de Famalicão que não permitiu a presença dos seus filhos na disciplina de cidadania invocando objecção de consciência, objecção aceite pelos órgãos competentes. Estes alunos que têm um desempenho acima da média não transitam de ano! Porquê? Porque o relativismo aceita todas as posições menos aquele que afirma existir uma única verdade! Ou seja, o tal relativismo é tudo menos relativo sendo mesmo, como afirmou o Papa Bento XVI, uma ditadura. E estes pais já estão a ser crucificados por alguns meios de Comunicação Social, poucos Graças a Deus, afirmando que se trata de um casal activista, vejam só! Quem conhece este casal se a acusação não fosse tão séria , dava vontade de rir! Mas, infelizmente o assunto é muito grave e de engraçado nada tem. Estes pais são verdadeiros PAIS e não se preocupam apenas com o aproveitamento escolar dos filhos mas, sobretudo, que eles sejam formados como verdadeiras pessoas que o são. Quando o Estado advoga a si direitos que não lhe pertencem, os Pais dignos desse nome não têm outra alternativa que não seja este recurso. Por isso, o relativismo é, na minha opinião, a corrente mais perigosa de sempre pois reveste-se de cordeiro mas é um lobo bem feroz destruindo tudo e todos que se lhe opõem.

Maria Guimarães

Professora

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