O que é a Comunhão dos Santos?
O termo “Comunhão dos Santos” pode parecer misterioso para algumas pessoas. De facto é um mistério porque é nada mais do que o Mistério da Igreja. “A comunhão dos santos é precisamente a Igreja” (Catecismo da Igreja Católica nº 946).
A maneira mais rápida de se compreender a Comunhão dos Santos é pensar num fundo comum. Na realidade, é como o catecismo do Concílio de Trento explica: “Como a Igreja é governada por um só e mesmo Espírito, todos os bens por ela recebidos tornam-se necessariamente um fundo comum” (CIC nº 947).
De onde veio este fundo comum? Ele vem dos méritos infinitos que o Senhor Jesus obteve com a Sua Paixão, Morte e Ressurreição. Jesus, a Cabeça (o Chefe) da Igreja, pagou o preço para nos preparar um lugar no paraíso (João 14:2-3) e compartilha como o Seu Corpo Místico tudo o que ganhou pelos sete sacramentos. “Assim, o bem de Cristo é comunicado a todos os membros, comunicação que se faz através dos sacramentos da Igreja” (São Tomás de Aquino, In Symbolum Apostolorum scilicet «Credo in Deum» espositio, mencionado no CIC nº 947).
De seguida, o ponto 948 do CIC refere: “A expressão ‘comunhão dos santos’ tem, portanto, dois significados estreitamente ligados: ‘comunhão nas coisas santas, sancta’, e ‘comunhão entre as pessoas santas, sancti’”.
COMUNHÃO DAS COISAS SAGRADAS: O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica nº 194 diz que “a expressão comunhão dos santos indica, antes de mais, a participação de todos os membros da Igreja nas coisas santas (sancta): a fé, os sacramentos, em especial a Eucaristia, os carismas e os outros dons espirituais. Na raiz da comunhão está a caridade que «não procura o próprio interesse» (1 Cor., 13, 5), mas move o fiel «a colocar tudo em comum» (Act., 4, 32), mesmo os próprios bens materiais ao serviço dos pobres”.
A Comunhão dos Santos destaca a dimensão social da nossa fé. Aquele que acredita que não é deixado para confiar apenas na sua própria força. Também inclui o dever de compartilhar não apenas tesouros espirituais, mas também bens materiais.
COMUNHÃO ENTRE SANTOS: Já no ponto 195, o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica afirma que “a expressão comunhão dos santos designa ainda a comunhão entre as pessoas santas (sancti), isto é, entre os que, pela graça, estão unidos a Cristo morto e ressuscitado. Alguns são peregrinos na terra; outros, que já partiram desta vida, estão a purificar-se, ajudados também pelas nossas orações; outros, enfim, gozam já da glória de Deus e intercedem por nós. Todos juntos formam, em Cristo, uma só família, a Igreja, para louvor e glória da Trindade”.
A Comunhão dos Santos é uma grande consolação para todos os que acreditam na Igreja Verdadeira. «Aqueles que acreditam nunca estão sós – nem na vida nem na morte», proclamou o Papa Bento XVI na Praça de São Pedro durante a Missa inaugural do seu Papado a 24 de Abril de 2005. E acrescentou: «Eu também posso dizer, com renovada convicção: não estou sozinho. Não preciso carregar sozinho o que na verdade nunca poderia carregar sozinho. Todos os santos de Deus estão cá para me proteger, sustentar-me e carregar. São as vossas orações, meus queridos amigos, a vossa indulgência, o vosso amor, a vossa fé e a vossa esperança acompanham-me. De facto, a Comunhão dos Santos consiste não apenas de grandes homens e mulheres que foram antes de nós e cujos nomes nós sabemos. Todos nós pertencemos à Comunhão dos Santos, nós que fomos baptizados em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, nós que tiramos a vida do dom do Corpo e do Sangue de Cristo, através do qual Ele nos transforma e nos faz como Ele próprio».
Pe. José Mario Mandía