O que significa o fogo do Pentecostes?
«Quando chegou o dia do Pentecostes, eles estavam todos juntos num lugar. E subitamente um som veio do céu como uma forte corrente de ar e encheu a casa em que se encontravam sentados. Apareceram-lhes línguas de fogo, que se distribuíram ficando sobre cada um deles. E todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, às quais o Espírito lhes deu expressão(Actos 2:1-4)».
“O dom do Espírito inaugura um tempo novo na ‘dispensação do mistério’: o tempo da Igreja” (Catecismo da Igreja Católica nº 1076). A Igreja nasceu com a chegada do Espírito. O Espírito Santo, que veio na forma de fogo, transformou os apóstolos, de seguidores de espírito fechado e medrosos, em pregadores inteligentes e corajosos da Boa Nova – Jesus Cristo. “O fogo que transforma o que toca” (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica nº 139). Para se ver esta transformação, basta ler o resto do capítulo 2 dos Actos, onde testemunhamos Pedro a falar com autoridade e ousadia.
Um dos símbolos do Espírito Santo é o fogo. Este é um símbolo muito representativo. E isso explica os múltiplos papéis que o Espírito Santo desempenha na Igreja e em cada seguidor de Cristo.
Como já vimos acima, o contacto com o fogo do Espírito Santo é transformador, muda vidas.
1– Primeiramente, Ele transforma-nos ao limpar-nos e purificar-nos, como «ouro refinado pelo fogo(I Pedro 1:7)». Esta limpeza e purificação muitas vezes é dolorosa. O Espírito Santo traz-nos a Cruz.
2– O fogo traz-nos luz. Por isso, também nos transforma, iluminando o nosso intelecto. Ele fá-lo especialmente através do dom da sabedoria, compreensão, conhecimento e aconselhamento (Isaías 11:2).
3– Além disso, o fogo traz-nos calor, energia, e força para a nossa vontade. Ele fá-lo por intermédio dos dons da fortaleza, piedade e temor a Deus (Isaías 11:2).
O Espírito Santo ilumina a nossa compreensão e dá força à nossa vontade. Quando a nossa mente está clara e a nossa vontade é forte, a nossa capacidade de fazer escolhas informadas e inteligentes, isto é, livres, cresce. É por isso que a presença do Espírito Santo nas nossas almas faz-nos mais livres. Como São Paulo dizia na sua carta aos romanos (8:15,21): «Vós não recebestes um espírito que vos escravize para andardes, uma vez mais, atemorizados, mas recebestes o Espírito que os adopta como filhos. Porque a própria natureza criada será libertada do cativeiro da degeneração em que se encontra, recebendo a gloriosa liberdade outorgada aos filhos de Deus».
QUE FAZ O ESPÍRITO SANTO NA IGREJA?O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, no ponto 145, dá a resposta: “O Espírito edifica, anima e santifica a Igreja: Espírito de Amor, Ele torna a dar aos baptizados a semelhança divina perdida por causa do pecado e fá-los viver em Cristo da própria Vida da Santíssima Trindade. Envia-os a testemunhar a Verdade de Cristo e organiza-os nas suas mútuas funções, para que todos dêem «o fruto do Espírito(Gal., 5,22)»”.
COMO ACTUAM CRISTO E O SEU ESPÍRITO NO CORAÇÃO DOS FIÉIS?O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, desta feita no ponto 146, volta a dar a resposta: “Por meio dos sacramentos, Cristo comunica aos membros do Seu Corpo o Seu Espírito e a graça de Deus que produz os frutos de vida nova, segundo o Espírito. Finalmente, o Espírito Santo é o Mestre da oração”.
É por isso que uma pessoa que quer ser totalmente preenchida pelo Espírito precisa viver uma intensa vida sacramental e de oração. Ela precisa receber os sacramentos, especialmente os da Reconciliação e da Santa Eucaristia regularmente, e deve esforçar-se para orar o tempo todo.
Pe. José Mario Mandía