TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ (163)

TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ (163)

E se a vida conjugal for conflituosa?

A família é uma imagem da Santíssima Trindade. É uma imagem do conhecimento mútuo e amor mútuo entre Pai, Filho e Espírito Santo. É uma imagem sagrada. É por esta razão que o diabo fará todo o possível para destruir esta imagem, esta vida de conhecimento e amor mútuos. É por isso que maridos, mulheres e filhos terão que usar recursos humanos e sobrenaturais para fortalecer e defender as suas famílias.

VIRTUDES HUMANAS NECESSÁRIAS –A fidelidade no Casamentoé um empreendimento humano que exige esforço pessoal do marido, da esposa e dos filhos, para crescer em todas as virtudes humanas – paciência, compreensão, abertura, flexibilidade, serenidade, fortaleza, autocontrolo, alegria, consideração, generosidade, humildade, mansidão, altruísmo, e assim por diante. As virtudes humanas são praticadas em pequenos detalhes. Por exemplo, o Papa Francisco aconselhou os casais, em 2021: “Pensem no conselho que vos dei sobre a importância destas três pequenas palavras: ‘por favor’, ‘obrigado’, ‘desculpe’” (Discurso aos participantes da Peregrinação das Famílias durante o Ano da Fé, de 26 de Outubro de 2013). Mais: depois de cada discussão, “não deixem o dia terminar sem fazerem as pazes” (Audiência de 13 de Maio de 2015).

GRAÇA NECESSÁRIA –A fidelidade é uma caminhada espiritual, um caminho de santidade, que requer a ajuda da Graça. A Graça está disponível na oração e na recepção frequente dos Sacramentos, particularmente da Eucaristia e da Confissão.

Um casal que deseje fazer o seu casamento florescer e dar frutos necessita de períodos regulares de meditação pessoal e de oração em conjunto. “Família que reza junta, permanece junta”.

Também precisa receber com frequência a Eucaristia, “o vínculo da caridade”, que os fortalece para enfrentar os desafios de cada dia.E experimentar a compaixão e o perdão de Deus no Sacramento da Penitência, para que tenham força para mostrar compaixão e perdão em casa.

O Papa Francisco afirmou: “Não tenham vergonha de ajoelhar juntos diante de Jesus na Eucaristia, para encontrar alguns momentos de paz e olhar uns para os outros com ternura e bondade. Ou quando um de vós estiver um pouco zangado, pegue o outro pela mão e force um sorriso cúmplice. Também podem recitar juntos uma breve oração todas as noites antes de irem para a cama, com Jesus ao vosso lado” (Carta aos Casais, 2021).

SEPARAÇÃO DOS CÔNJUGES –Acontece que o relacionamento dos casais se pode tornar difícil. “A Igreja admite a separação física dos esposos quando, por motivos graves, a sua coabitação se tornou praticamente impossível, embora se deseje uma sua reconciliação. Mas eles, enquanto vive o cônjuge, não estão livres para contrair uma nova união, a menos que o Matrimónio seja nulo e como tal seja declarado pela autoridade eclesiástica” (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica nº348).

Em relação aos cônjuges que se divorciaram e voltaram a casar no regime civil (ver CCICnº 349, citado em TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ nº 160), a Igreja determina: “Com respeito a cristãos que vivem nesta situação e que muitas vezes conservam a fé e desejam educar cristãmente os seus filhos, os sacerdotes e toda a comunidade devem dar provas duma solicitude atenta, para que eles não se sintam separados da Igreja, em cuja vida podem e devem participar como baptizados que são: ‘Serão convidados a ouvir a Palavra de Deus, a assistir ao sacrifício da Missa, a perseverar na oração, a prestar o seu contributo às obras de caridade e às iniciativas da comunidade em prol da justiça, a educar os seus filhos na fé cristã, a cultivar o espírito de penitência e a cumprir os actos respectivos, a fim de implorarem, dia após dia, a graça de Deus’ (João Paulo II, Exortação Apostólica Familiaris consortio)” (Catecismo da Igreja Católica nº 1651).

Pe. José Mario Mandía

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