Credenciais
Jesus afirma ser Deus. E como é que Ele o prova? Que credenciais é que apresenta? Podemos apresentar duas: Milagres e Profecias.
MILAGRES – Jesus não demonstrou apenas grande sabedoria. Ele apoiava as Suas palavras com acções prodigiosas. São Marcos diz-nos «como Ele começou a ensinar na sinagoga num sábado [Sabbath – sábado, dia sagrado dos judeus], e muitos dos que o ouviam ficaram espantados, questionando “onde é que este Homem foi buscar tudo isto? De onde Lhe veio todo este conhecimento? [ou: quem foi que Lhe deu todo este conhecimento?] Que obras prodigiosas serão feitas pelas Suas mãos!”. (Marcos 6:2)».
Seguramente este não era um homem comum (normal, ordinário). Nicodemos, um homem com autoridade entre os judeus, reconheceu a autoridade de Jesus: «Durante a noite ele aproximou-se de Jesus e disse-Lhe: “Mestre, sabemos que És um educador vindo de Deus; porque ninguém pode fazer [apresentar] esses sinais que Fazes, a menos que tenha Deus com Ele”. (João 3:2)».
O Evangelho descreve detalhadamente, pelo menos, 35 milagres que foram testemunhados presencialmente, não por poucas mas por muitas pessoas.
O que queremos referir por “milagre”?
Um milagre é uma acção visível que não segue a forma usual de agir e de criar coisas. Neste caso, estas apenas podem ser produzidas por Alguém ou Algo Maior do que a natureza e com capacidade para controlar os eventos. Um milagre está para além das leis da natureza, entre três categorias:
1– O primeiro tipo de milagre é a criação, em que se produz algo a partir do nada, sem utilizar qualquer matéria-prima. Um exemplo é a multiplicação dos pães e dos peixes (Mateus 14:15-21; Marcos 6:31-44; Lucas 9:10-17; João 6:1-13).
2– O segundo tipo de milagre é o da alteração substancial (o papel transforma-se em cinzas depois de arder, e após a morte o corpo humano desintegra-se nos seus muitos componentes). Jesus realizou este milagre várias vezes: a ressurreição de Lázaro (João 11:39-44), a ressurreição do filho da viúva de Naín (Lucas 7:11-16) e a ressurreição da filha de Jairo (Lucas 8:49-55). Este tipo de milagre também inclui o milagre da transformação da água em vinho (João 2:1-11).
3– O terceiro tipo de milagre é o da alteração acidental. Trata-se de algo que pode ser produzido naturalmente, mas que no milagre é produzido fora dos processos normais (exemplo: uma cura que tem efeito imediato. Este tipo de milagre é de facto um milagre, não porque aconteceu mas pela forma como aconteceu. Exemplos deste tipo são os milagres de cura e cicatrização que Jesus realizou (o cego que passou a ver (João 9:6-7) ou a cura dos leprosos (Lucas 17:12-16).
PROFECIAS – O que são as profecias? Uma profecia pode ser definida como sendo uma premonição de um acontecimento num futuro concreto. É prever algo que de outro modo seria impossível por meio de uma simples previsão ou conjectura. Isto porque determinado acontecimento depende de muitos factores livres (como a capacidade humana do livre arbítrio) para que se venha a realizar. Daí que uma profecia necessite de poder intelectual para além dos poderes humanos.
Jesus Cristo previu alguns acontecimentos. A Suas profecias podem ser divididas em quatro categorias.
1– Profecias a respeito de Ele próprio, particularmente sobre o sofrimento, a morte e a ressurreição (Lucas 9:44-45; Mateus 16:21, 26:1-2, 20:17-20).
2– Profecias referentes pessoas que Lhe eram próximas, em especial os Seus Apóstolos (Mateus 26:21-25, 31-34).
3– A profecia da destruição de Jerusalém (Lucas 19:41-44, 21:20-23; Marcos 13:1-2). Esta profecia tornou-se realidade no ano 70 d.C. quando os romanos destruíram Jerusalém. Os detalhes deste episódio foram registados pelo escritor judeu Flávio Josefo (37-95 d.C.) em “Jewish Wars” (“A Guerra Judaica”).
4– Profecias respeitantes aos Seus seguidores no futuro (Lucas 21:12-13; Mateus 10:17-23).
Pe. José Mario Mandía