Formas abomináveis de escravatura
Francisco reafirma preocupação com as formas modernas de escravatura e tráfico de pessoas.
Para este ano o Papa escolheu como tema “Não mais escravos, mas irmãos”.
Esta é a segunda mensagem assinada por Francisco para a celebração anual do Dia Mundial da Paz, que em 2014 teve como tema “Fraternidade, fundamento e caminho para a paz”.
«Julga-se habitualmente que a escravatura é um facto do passado. No entanto, esta praga social continua muito presente no mundo actual». Segundo a Santa Sé, a escravatura representa «um golpe de morte para tal fraternidade universal e, por conseguinte, para a paz».
O Vaticano elenca várias «formas abomináveis de escravatura» como o tráfico de seres humanos, o comércio dos migrantes, a prostituição, o trabalho-escravo, a exploração de seres humanos e a «mentalidade esclavagista» para com as mulheres e as crianças.
«Na verdade, a paz existe quando o ser humano reconhece no outro um irmão ou irmã com a mesma dignidade».
No fim do ano o Papa uniu-se a vários líderes religiosos mundiais, no Vaticano, numa declaração comum pela erradicação da escravatura até 2020, que classificou como «iniciativa histórica».
«Trabalharemos juntos para erradicar o terrível flagelo da escravidão moderna, em todas as suas formas: a exploração física, económica, sexual e psicológica de homens, mulheres e crianças agrilhoa dezenas de milhões de pessoas à desumanização e à humilhação», referiu Francisco, na sede da Academia Pontifícia das Ciências.
Católicos, anglicanos, muçulmanos, hindus, budistas, judeus e ortodoxos assinalaram deste maneira o Dia Mundial para a Abolição da Escravatura, um problema que afecta milhões de pessoas em todo o mundo.
Todos juntos por um mundo onde o homem seja o que de mais importante existe, que nunca em situação alguma seja tratado como uma coisa, um objecto ou algo de pouco valor, mas sempre como um fim e nunca como um meio.
Maria Susana Mexia
Professora