Padre Mark Lewis, SJ.

REITOR DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE GREGORIANA (ROMA) VISITOU A FACULDADE DE ESTUDOS RELIGIOSOS E FILOSOFIA DA UNIVERSIDADE DE SÃO JOSÉ

Missão: defender a tradição, compreender os desafios da humanidade

A Faculdade de Estudos Religiosos e Filosofia da Universidade de São José (USJ) recebeu, no passado dia 3 de Setembro, o reitor da Pontifícia Universidade Gregoriana, com sede em Roma, padre Mark Lewis, SJ.

Convidado pelo reitor da USJ, diácono Stephen Morgan, o padre Lewis fez uma apresentação de trinta minutos aos membros do corpo docente, seguida de uma breve sessão de perguntas e respostas. A visita ofereceu a oportunidade rara à comunidade académica para ouvir, em primeira mão, questões relacionadas com a direcção e visão actuais de uma das instituições mais prestigiadas da Igreja Católica.

Nascido em Miami, no Estado da Flórida, e membro da Província Jesuíta do Centro e Sul dos Estados Unidos, o padre Lewis passou os últimos nove anos na capital italiana – três anos como professor, três anos como vice-reitor, estando agora a completar o terceiro ano como reitor da Universidade Gregoriana. Antes disso, serviu no Instituto Histórico Jesuíta, após concluir o Doutoramento em História da Igreja, com especialização no Renascimento e na Reforma. Actualmente, lecciona História da Igreja dos Estados Unidos.

Durante a referida palestra, o padre Lewis apresentou uma visão geral dos recentes desenvolvimentos na Universidade Gregoriana. Neste contexto, destacou a integração do Pontifício Instituto Bíblico e do Pontifício Instituto Oriental na Universidade, uma medida que expandiu significativamente o seu âmbito académico. Estes dois institutos funcionam como importantes centros de investigação – um focado na exegese bíblica e o outro na Teologia e no Direito Canónico das Igrejas Orientais. A Universidade também forma educadores em ambas as áreas.

O sacerdote observou que a Universidade Gregoriana conta com pouco menos de três mil alunos e quase quinhentos membros do corpo docente. Além dos institutos recém-integrados, a Universidade continua a oferecer cursos tradicionais em Filosofia, Teologia, História da Igreja e Direito Canónico. O padre Lewis enfatizou a importância da teologia contextual e dialógica, bem como das Ciências Sociais, particularmente a Psicologia e a Antropologia, para atender às necessidades das crianças e da Igreja contemporânea.

Olhando para o futuro, o reitor partilhou a sua visão estratégica para a Universidade. Em primeiro lugar, disse pretender preservar a reputação global da Gregoriana como instituição líder no Ensino Teológico. Em segundo lugar, sublinhou a importância de manter um forte sentido de comunidade, em especialmente a sua dimensão internacional.

Com estudantes provenientes de 127 países, a Universidade promove o envolvimento entre as igrejas locais e a Igreja universal. Embora o ensino seja em Italiano, descreveu-o como «Italiano global», reflectindo as diversas origens do corpo discente, sendo que menos de metade são italianos.

O terceiro pilar do plano estratégico revelado envolve o discernimento: compreender a direcção da Igreja e preparar os estudantes para responder à sua missão em evolução. Neste quadro, citou o Observatório Laudato si’ da Universidade, que examina a intersecção entre questões ambientais e teologia, como um exemplo dessa abordagem inovadora. Esta iniciativa, sediada no Departamento de Ciências Sociais, está alinhada com os ensinamentos do Papa Francisco, em especial com os registados na Encíclica Fratelli tutti.

Na mesma ocasião, o padre Lewis também falou sobre o centro de diálogo inter-religioso da Universidade e acerca da sua licenciatura em Teologia Ecuménica. Expressou ainda um forte interesse académico pelas obras do cardeal D. John Henry Newman e reafirmou o compromisso da Gregoriana com a tradição tomista. Observou com orgulho que dezasseis Papas estudaram na Universidade Gregoriana e que o Papa Bento XVI ali leccionou. Entre os seus ex-alunos, há registo de 73 santos.

Embora breve, a visita do padre Lewis proporcionou valiosos conhecimentos a todos os presentes sobre a missão em evolução da Universidade Gregoriana, o que reforça o compromisso comum quem vem sendo afirmado entre as instituições católicas de excelência académica e serviço eclesial.

No final, foram colocadas perguntas pelo corpo docente da Universidade de São José, num profundo sentido de colaboração global e reflexão teológica.

Pe. Eduardo Emilio Agüero, SCJ

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