Fiéis ao culto mariano
Antonieta Simões, natural de Goa, fez-se acompanhar do marido e da filha na procissão de Nossa Senhora de Fátima, que no passado Domingo, 13 de Maio, saiu do adro da igreja de São Domingos em direcção à capela de Nossa Senhora da Penha, no ponto mais alto da Península de Macau.
«Também aqui há muitas pessoas com muito amor por Nossa Senhora de Fátima. No ano passado houve muita gente, porque eram os cem anos [das aparições]. Mas desta vez fiquei muito admirada com tantas pessoas que foram até à capela da Penha com grande fé. Penso que até havia mais pessoas do que nos outros anos. Talvez por ser Dia da Mãe e estar bom tempo…», disse a’O CLARIM Antonieta Simões.
Ao recordar que foi ao Santuário de Fátima em 2012, acrescentou que «não se pode comparar» uma realidade com outra. No entanto, a devoção por Nossa Senhora de Fátima é algo muito especial para os portugueses e para as comunidades lusófonas, inclusivamente para quem é de Goa, dado que há goeses a «fazer a peregrinação a Fátima».
Leonor Ornelas marca presença na procissão de Macau há mais de duas décadas, com algumas interrupções, por ter acompanhado os filhos em Portugal. «É sempre uma sensação muito boa e diferente. Não estamos em Fátima, mas sentimos que estamos num momento diferente. Foi muito bom, estava muita gente e foi bem organizada», referiu Leonor Ornelas, que notou algum quebrar de tradição, dado que neste ano não conseguiu ficar com uma rosa do andor, nem entrar na capela após o fim da procissão, explicando a propósito que a imagem de Nossa Senhora ficou à porta.
«Foi com muita alegria» que a irmã Maria Lúcia participou no cortejo religioso, também chamado por alguns de peregrinação. «Senti um amor muito grande e cada vez mais crescente por parte dos nossos irmãos e irmãs que nela tomaram parte, até provavelmente mesmo de curiosos que a respeitam muito. Calou-me a minha alma com um silêncio profundo quando chegámos à colina da Penha e o senhor bispo [D. Stephen Lee] benzeu Macau, e certamente a China, porque Macau faz parte da China», descreveu a religiosa das Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora, que desde tenra idade passou a ter especial devoção por Nossa Senhora de Fátima.
«Lembro-me muito do meu pai, do ambiente que havia em casa e da nossa devoção», sublinhou a irmã Maria Lúcia, referindo-se ao sentimento que tem quando pensa em Maria. O pai, então com seis anos de idade, foi um dos muitos milhares de pessoas a testemunhar o Milagre do Sol, a 13 de Outubro de 1917. «Contava-nos que ouviu falar da aparição de Nossa Senhora e pediu aos meus avós para ir com eles. E já no local, quando ouviu a Lúcia dizer para a multidão: “Olhem todos para o céu”, o meu pai também olhou e viu o Sol andar à roda, com muitas cores, parecia que estava a dançar. Naquele momento, o Sol não feria a vista e depois disso ele nunca precisou de usar óculos», partilhou com o nosso jornal.
PEDRO DANIEL OLIVEIRA
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