Procissão Corpus Christi regressa após décadas de ausência

Mais tradição, maior fé.

A diocese de Macau vai realizar, no próximo dia 18 de Junho, a procissão “Corpus Christi”, com início às 15 horas na Sé Catedral. Trata-se do retomar de uma celebração que foi interrompida nos anos 70.

Na edição de Domingo, 24 de Junho de 1973, O CLARIM noticiava que tinha sido celebrada, na quinta-feira anterior, a “festa do SSmo. Corpo e Sangue de Cristo”, iniciando-se na tarde daquele dia, pelas 17 horas, “a solene concelebração presidida pelo Revmo. Vigário Capitular”.

“Ao Evangelho falaram em português e chinês respectivamente os concelebrantes Rev. Pe. Ramiro Pereira, director do Colégio D. Bosco e Pe. José Lui, missionário aposentado da nossa Diocese”, descrevia a mesma edição.

“Finda a solene concelebração, a que assistiram muitos fiéis, clero e religiosas, organizou-se a procissão eucarística em que se incorporaram não só os fiéis que enchiam o templo mas também delegações de alunos e alunas das escolas diocesanas. Tocou durante o percurso a banda da P.S.P.”, salientava O CLARIM, acrescentando que “as cerimónias terminaram dentro da Sé Catedral com a bênção do Santíssimo Sacramento”.

Na edição de quinta-feira, 13 de Junho de 1974, noticiávamos uma importante alteração: “Em virtude do mau tempo foi cancelada a celebração da festa do Corpo de Deus no ‘Campo 28 de Maio’, passando a mesma a celebrar-se na Sé Catedral às 18:00 horas de hoje, para a comunidade portuguesa; a comunidade chinesa concentra-se hoje, à mesma hora, na igreja de S. Lázaro”. A partir deste ano não mais se realizou a procissão “Corpus Christi”, uma tradição que a diocese de Macau pretende agora retomar.

O pároco da igreja de São Lázaro, padre João Evangelista Lau, lembra-se de participar no cortejo religioso, no início dos anos 60, como seminarista, era então bispo da diocese D. Paulo José Tavares.

«Conforme a minha memória, preparava-se a festa do Corpo de Cristo. A cada ano, a cerimónia era um pouco diferente. De manhã tínhamos uma missa solene, a missa pontifical, e de tarde tínhamos uma exposição do santíssimo sacramento, com bênção solene. Às vezes havia a procissão do Corpo de Cristo, tal e qual como a procissão do Senhor Morto, na sexta-feira Santa», referiu o sacerdote, que se lembra de participarem na procissão «muitos estudantes das escolas diocesanas e muitas freiras, para além de seminaristas e de fiéis portugueses, macaenses, timorenses e chineses».

PEDRO DANIEL OLIVEIRA 

com Alberto Botelho dos Santos

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