O Papa anunciou a instituição do Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, que se vai assinalar no quarto Domingo de Julho, junto à celebração litúrgica de São Joaquim e Santa Ana (26 de Julho).
«Os avós, tantas vezes, são esquecidos e esquecemos esta riqueza de cuidar das raízes e transmiti-las», referiu Francisco, no final da recitação do Ângelus, com transmissão desde a biblioteca do Palácio Apostólico do Vaticano.
A intervenção sublinhou a importância do encontro entre gerações, para a Igreja e para a sociedade. «É importante que os avós se encontrem com os netos e os netos com os avós, porque como diz o profeta Joel, os avós, diante dos nossos, sonharão, terão ilusão; e os jovens, encontrando força nos avós, seguirão em frente e hão de profetizar», declarou o Papa.
Francisco partiu da celebração, a 2 de Fevereiro, da festa da Apresentação de Jesus no Templo, quando dois anciãos, Simeão e Ana, «reconheceram em Jesus o Messias».
«Ainda hoje, o Espírito Santo suscita nos idosos pensamentos e palavras de sabedoria, a sua voz é preciosa porque canta os louvores de Deus e cuida das raízes dos povos. Eles lembram-nos que a velhice é um dom e os avós são o elo de ligação entre as várias gerações, para transmitir aos jovens a experiência de vida e de fé», apontou.
Já em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o cardeal D. Farrell, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, salienta que “este é o primeiro fruto do ‘Ano da Família Amoris Laetitia’, um dom a toda a Igreja que se vai manter ao longo dos anos”.
“A pastoral dos idosos é uma prioridade inadiável para todas as comunidades cristãs. Na encíclica Fratelli tutti, o Santo Padre nos lembra que ninguém é salvo sozinho. Nesta perspectiva, é necessário valorizar a riqueza espiritual e humana que foi passada de geração em geração”, acrescenta o responsável.
Por ocasião da I Jornada Mundial dos Avós e dos Idosos, o Papa vai presidir à Missa vespertina do Domingo, 25 de Julho, na Basílica de São Pedro.
A nota evoca o I Congresso Internacional para a Pastoral dos Idosos, que o Papa encerrou a 31 de Janeiro de 2020, na presença de delegações de dezenas de países, incluindo Portugal.
«A desorientação social e, em muitos aspectos, a indiferença e a rejeição que as nossas sociedades manifestam em relação aos idosos chamam não apenas a Igreja, mas todos, a uma reflexão séria para aprender a compreender e apreciar o valor da velhice», acentuou Francisco.
O discurso convidou a superar uma visão economicista, assumindo o património de «valores e significados» da «terceira e quarta idade».