Papa criou cinco Cardeais

Não príncipes mas servos

O Sumo Pontífice Francisco presidiu na tarde de quarta-feira, 28 de Junho, na basílica vaticana, ao Consistório ordinário público para a criação de novos cardeais, a imposição do barrete, a entrega do anel e a atribuição do título.

O Santo Padre chegou às 16 horas à basílica, percorrendo em procissão a nave central até à Confissão, onde recitou uma oração. Depois, tomou lugar na cátedra e ouviu a saudação do arcebispo de Barcelona. Em seguida, pronunciou a oração inicial e após a proclamação do Evangelho, proferiu o discurso. Sucessivamente leu a fórmula de criação dos cardeais, proclamando os seus nomes:

– Jean Zerbo, arcebispo de Bamako (Mali);

– Juan José Omella Omella, arcebispo de Barcelona (Espanha);

– Andres Arborelius, O.C.D., bispo de Estocolmo (Suécia);

– Louis-Marie Ling Mangkha- nekhoun, bispo titular de Aquae Novae in Proconsulari, vigário apostólico de Paksé (Laos);

– Gregorio Rosa Chávez, bispo titular de Mulli, auxiliar de San Salvador (El Salvador).

Seguiram a imposição do barrete aos novos cardeais, a entrega do anel e a atribuição a cada um do próprio Título.

A cerimónia concluiu-se com a Bênção Apostólica que o Santo Padre concedeu aos presentes.

Jesus «não vos chamou para ser “príncipes” na Igreja», mas «para servir como ele e com ele. Para servir o Pai e os irmãos». A este duplo serviço referiu-se o Papa Francisco na alocução dirigida aos cinco novos cardeais criados no consistório presidido na tarde quarta-feira, 28 de Junho, na basílica vaticana.

Na vigília da solenidade dos Santos Pedro e Paulo, o Pontífice presidiu ao sugestivo rito com a imposição do barrete e a entrega do anel aos purpurados, no final do qual foi com eles saudar pessoalmente o Papa emérito Bento XVI.

Precedentemente, ao comentar o trecho tirado do Evangelho de Marcos (10, 32-45), Francisco falou sobre o significado da frase «Jesus caminhava na frente deles», evidenciando que, ao longo do caminho que o conduzia a Jerusalém e portanto à cruz, os seus discípulos – no caso específico João e Tiago – estavam «distraídos por interesses não coerentes com a “orientação” de Jesus, com a sua vontade». Resumindo, observou Francisco, não enxergavam «a realidade».

Eis então o convite dirigido aos novos purpurados a não perder de vista a realidade do mundo no qual se vive, as realidades representadas pelos «inocentes que sofrem e morrem por guerras e terrorismo», por «escravidões que não cessam de negar a dignidade até na época dos Direitos Humanos», por «campos de refugiados que às vezes parecem mais um inferno que um purgatório», pelo «descarte sistemático de tudo o que já não serve, inclusive as pessoas». De facto, para o Papa os cardeais são chamados a enfrentar com a mesma atitude de Cristo «o pecado do mundo e as suas consequências na humanidade de hoje».

E na manhã de 27 de Junho, na capela Paulina, o Papa concelebrou a missa por ocasião das bodas de prata da sua ordenação episcopal com os cardeais residentes em Roma e com quantos estavam a chegar para os ritos da solenidade dos Santos Pedro e Paulo.

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