O dia de um membro do Opus Dei – 1

Rezando 24 horas por dia, todos os dias

Este ano, o dia 26 de Junho assinala o 40º aniversário da morte de São Josemaría Escrivá de Balaguer, o fundador do Opus Dei. À data da sua morte, já 60 mil pessoas, na sua maioria casadas, se tinham comprometido com o caminho que ele indicava. Esse caminho consistia em tornar a Santidade acessível aos leigos, propondo um plano sistemático de vida espiritual e formação adaptada às necessidades individuais.

São Josemaría seguiu os ensinamentos de São Paulo, que nos dizem que a vida espiritual é como se fosse um desporto, e que se alguém quiser praticar este desporto precisa de (1) alimentação correcta e (2) treino adequado. Hoje falaremos do primeiro.

De onde nos vem a alimentação? Das orações e dos Sacramentos. Jesus disse: «Sem Mim não podereis fazer nada (João 15:5)». Ele não afirmou: “Podereis fazer pouco”. Antes disse: «não podereis fazer nada». Por isso São Josemaría recomendou um plano de alimento espiritual que pode ser adaptado às necessidades de cada um individualmente, sejam eles, pais de dez filhos, ou médicos ou motoristas de autocarros que trabalham fora de horas. Este plano concede-nos energia e ritmo sobrenatural.

O plano inclui meditação pessoal diária entre 15 a 30 minutos de manhã, e de novo durante a tarde ou ao fim do dia; ir à Missa e receber a Comunhão, rezar o Terço, ler um qualquer livro espiritualmente adequado e o Novo Testamento, o Angelus (ou o Regina Coeli durante a Páscoa) e exames de consciência.

Ele encoraja-nos a começar o dia assim que acordarmos, sem ficarmos na cama a fazer “ronha”. Ele chamava a esse acto “o minuto heróico”.

São Josemaría confessava-se semanalmente (algo que São João Paulo II também fazia) e encorajava cada um de nós a fazer o mesmo. Para além disso, recomendava que se procurasse direcção espiritual. Sobre este tema falaremos numa outra ocasião.

Mensalmente devemos rever os nossos momentos, um período de oração e auto-exame que dura algumas horas. Anualmente, deveremos participar num retiro de três a cinco dias.

O fundador do Opus Dei recomendava acções que possam ser efectuadas em qualquer lugar a qualquer momento: acções de graças, acções de penitência, pequenas orações sussurradas ao Senhor, ou aos Santos. Falou sobre a necessidade da mortificação – pequenos sacrifícios que nos ajudam a efectuar correctamente as nossas obrigações diárias.

Talvez o que fosse único na sua espiritualidade e que ele incluiu no meio de todas as devoções fora o “trabalho, ordem e optimismo”.

Trabalho: porque uma grande parte da oração dos leigos seja o seu trabalho, que é feito para Deus. Desta maneira, 24 horas de trabalho e descanso tornam-se em 24 horas de oração.

Ordem: porque um atleta espiritual não pode permitir ter uma vida desorganizada. Ele tem que manter a compostura.

Optimismo: porque alguém que viva nos braços de Deus sentir-se-á sempre a salvo, seguro e abençoado.

São João Paulo II disse que existe a necessidade de «um treino para a Santidade». Então, pense, o Opus Dei é um dos “prestadores de serviços” que podem dar este treino…

Falaremos sobre isto da próxima vez.

Pe. José Mario Mandía

(Tradução: António R. Martins)

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