Francisco em África pelos mais pobres
O Papa Francisco iniciou na passada quarta-feira a sua quarta viagem a África, com passagens por Moçambique, Madagáscar e Maurícia, num programa marcado pela atenção aos mais pobres e aos conflitos.
A viagem a Moçambique, a convite das autoridades políticas e da Conferência Episcopal, tem o lema “Esperança. Paz. Reconciliação”, centrando-se na área de Maputo.
«Que o Deus e Pai de todos consolide a reconciliação, reconciliação fraterna em Moçambique e na África inteira, única esperança para uma paz firme e duradoura», deseja Francisco, numa intervenção, em vídeo, divulgada pelo Vaticano.
A 1 de Agosto, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade, assinaram um acordo de cessação das hostilidades para o fim formal dos confrontos entre as forças governamentais e o braço armado do principal partido da oposição.
O Papa dirige-se ao «querido povo de Moçambique», sublinhando que, apesar de não se deslocar a outras cidades além da capital, deseja dirigir-se a toda a população, em particular aos que vivem momentos mais difíceis.
«O meu coração alcança e abraça a todos vós, com um lugar especial para quantos vivem atribulados. Desde já vos queria deixar esta certeza: estais todos na minha oração. Anseio pelo momento de vos encontrar», refere.
A agenda inclui um encontro no hospital Zimpeto com doentes assistidos pela comunidade católica de Santo Egídio, no programa “Reforço de Recursos e Medicamentos contra a Malnutrição e SIDA” (DREAM, na sigla inglesa), para pessoas com HIV/SIDA; a comunidade mediou o acordo de paz para Moçambique, em 1992.
Francisco convida todos a rezar pela paz, evocando a vista de São João Paulo II a Moçambique, até hoje o único Pontífice a visitar o país lusófono – de 16 a 19 de Setembro de 1988, no contexto de uma viagem alargada a África.
O avião papal cumpriu cerca de dez horas e meia de voo para percorrer sete mil 836 quilómetros até à capital moçambicana, sobrevoando a Itália, Grécia, Egipto, Sudão, Sudão do Sul, Uganda, Tanzânia, Malauí e Zâmbia.
No aeroporto de Maputo, o Papa foi acolhido pelo Presidente da República de Moçambique, um grupo de fiéis e autoridades civis e eclesiásticas.
«Todos os moçambicanos são exortados a acompanhar esta visita. É um dia de festa, e é um momento para celebrarmos e para estarmos juntos», afirmou Nyusi.
In ECCLESIA