GRUPO SANGUÍNEO ESTÁ PRESENTE EM TODAS AS RELÍQUIAS EUCARÍSTICAS

GRUPO SANGUÍNEO ESTÁ PRESENTE EM TODAS AS RELÍQUIAS EUCARÍSTICAS

AB-

Aconteceram muitos milagres eucarísticos no mundo, mais de uma centena. Alguns santos alimentaram-se exclusivamente da Eucaristia durante décadas, mas, mais interessantes, são os casos em que o pão consagrado se transformou visivelmente em carne, e o vinho consagrado em sangue. Por exemplo, em Bolsena, na Itália, depois da consagração, começaram a cair gotas de sangue da hóstia sobre o altar, talvez porque o celebrante tinha hesitado acerca da presença real de Jesus na Eucaristia. Noutras ocasiões, em que alguém profanou a Eucaristia com práticas supersticiosas, a hóstia transformou-se visivelmente em carne e sangue. Tal aconteceu, por exemplo, em 1247, na cidade de Santarém, em Portugal: uma hóstia guardada abusivamente começou a sangrar, esconderam-na numa arca, mas à noite uma multidão de Anjos rodeava a arca em adoração, enquanto a hóstia continuava a sangrar. Muitas dessas relíquias subsistem e, inexplicavelmente, conservam-se perfeitamente, mesmo passados muitos séculos.

De todas as relíquias, a mais particular é o sudário que se conserva na catedral de Turim, um lençol com quase cinco metros de comprimento que, segundo a tradição, envolveu o corpo de Jesus enquanto esteve no sepulcro, antes de ressuscitar. Também o pano está cheio de manchas de sangue, bem preservadas.

Um dos elementos notáveis do Sudário de Turim e de todas as relíquias eucarísticas é o sangue pertencer sempre ao grupo sanguíneo AB-, pouco frequente na população mundial, mas muito característico na população da Terra Santa. Esta coincidência é ainda mais significativa nas muitas relíquias eucarísticas, dispersas por vários continentes, anteriores à descoberta dos grupos sanguíneos.

Uma característica comum a todas as relíquias eucarísticas que contêm pedaços de carne humana é tratar-se sempre de pedaços do coração, concretamente do miocárdio. Pelo menos nalguns casos, estas amostras continuam a ser carne ainda viva, e mesmo decorrido muito tempo nunca se transformaram em carne morta.

As análises de medicina legal a estes pedaços do miocárdio detectaram sinais de uma exposição muito intensa ao sofrimento.

As circunstâncias de cada relíquia são diferentes, algumas remontam há muitos séculos, outras são recentes, como as de Buenos Aires, no tempo do cardeal D. Jorge Bergoglio. Apesar do que têm em comum, cada um destes milagres oferece uma mensagem específica.

Para um católico, embora estes milagres não acrescentem valor àquilo que a Igreja ensina, são uma ajuda à oração pessoal. Podemos pensar que o coração de Jesus – de que o Papa Francisco falou na sua última Encíclica, Dilexit nos (24 de Outubro de 2024) – está vivo e o seu sangue é AB-.

Para quem não aceita que Jesus Cristo é Deus, e morreu por nós e ressuscitou, é difícil explicar a conjugação improvável de tantos sinais. Quem sabe se esse problema será, para alguns, o ponto de partida para se aproximarem da Igreja?

A exposição dos milagres eucarísticos, que percorre cada vez mais países do mundo, foi uma das iniciativas com maior impacto lançadas por Carlo Acutis, um rapaz com uma vida com impacto mundial, apesar de ter morrido com apenas quinze anos, vítima de uma doença fulminante. Francisco iria canonizá-lo a 27 de Abril….

Na imagem: pormenor do Santo Sudário de Turim, em fotografia negativa a preto-e-branco. As principais manchas brancas são formadas por sangue que embebeu o tecido.

José Maria C.S. André

Professor do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa

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