Farol de Esperança

FAMÍLIA E FÉ

Farol de Esperança

Num mundo que parece mergulhado na incerteza, onde tantos colocam a sua confiança “na tecnologia, no dinheiro e no sucesso”, em detrimento da fé, como nos disse o Papa Leão XIV, a Igreja é chamada a reacender a esperança. Não se trata de uma esperança ilusória, mas de uma virtude sólida, nascida da confiança em Deus e sustentada pela fidelidade dos crentes a Jesus Cristo.

Logo na sua primeira homilia como Sumo Pontífice, celebrada na Capela Sistina com os cardeais, o Papa foi claro ao indicar que a verdadeira força da Igreja não está nas suas estruturas ou prestígio terreno, mas no testemunho de vida de cada fiel. «A Igreja deve ser um farol de esperança», afirmou, «não pelas suas construções, mas pela santidade dos seus filhos».

Esta poderosa imagem convida-nos a ver cada cristão como uma luz acesa no meio da escuridão, indicando o caminho aos que se sentem perdidos, desiludidos ou sozinhos.

O Papa não esconde os desafios que o Cristianismo enfrenta actualmente. Vivemos numa cultura que tenta reduzir Jesus a uma figura simbólica, desprovida da sua divindade e da sua exigência.

No entanto, como Leão XIV recordou, «não podemos transformar Cristo num super-homem adaptado às expectativas humanas». A esperança cristã não consiste em adaptar-se ao gosto do mundo, mas sim em permanecer fiel ao Evangelho.

No entanto, esta esperança não é passiva. Impulsiona à acção, à justiça e à caridade com todos. Nas palavras do Papa, a Igreja deve ser «ponte de encontro e diálogo, unida na missão e na caridade». Ser farol de esperança exige união com Jesus Cristo, alimentada pela oração, pelo serviço e pelo amor ao próximo.

O convite de Leão XIV é claro: não basta lamentar-se perante a escuridão. É preciso acender luzes. E cada um de nós, na sua vida concreta, pode ser uma dessas luzes. Não tenhamos medo de o ser.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

Doutor em Teologia

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