Cristãos no Médio Oriente

Francisco alerta para “grave situação”

O Papa Francisco enviou uma mensagem ao Patriarca ortodoxo copta do Egipto, Tawadros II, por ocasião do “dia da amizade copto-católica”, evocando a “grave situação” dos cristãos no Médio Oriente.

“Todos os dias, os meus pensamentos e orações estão com as comunidades cristãs no Egipto e Médio Oriente, muitas das quais experimentam grandes dificuldades e situações trágicas”, escreve numa carta divulgada pela sala de imprensa da Santa Sé.

Francisco partilha a “grande preocupação” do Patriarca ortodoxo egípcio Tawadros II com as situações no Iraque e na Síria, onde os cristãos e outras minorias religiosas “enfrentam provações diárias”.

O Papa pede que a comunidade internacional seja capaz de “responder sabiamente e com justiça” a esta “violência sem precedentes”.

A missiva saúda ainda a aproximação entre católicos e coptas, “após séculos de mal entendidos e mesmo hostilidade”.

“Coptas e católicos podem testemunhar em conjunto valores importantes como a santidade e a dignidade de cada vida humana, a santidade do casamento e da vida familiar e o respeito pela criação”, observa o Papa.

Em 2013, Tawadros II, 118.º Papa de Alexandria, propôs a Francisco que, em cada ano, o dia 10 de Maio fosse dedicado à celebração da festa do “amor fraterno” entre as duas comunidades cristãs.

Nessa ocasião, pela primeira vez desde a assinatura da declaração comum entre o Papa Paulo VI e o patriarca Shenouda III, em 1973, os representantes máximos das Igrejas Católica e Ortodoxa Copta reuniram-se e rezaram junto ao túmulo de São Pedro.

 

Jordânia

O Vaticano anunciou, na passada terça-feira, que os donativos oferecidos pelos visitantes no pavilhão da Santa Sé na Expo Milão 2015 vão ajudar um projecto de criação de empregos para refugiados iraquianos na Jordânia.

Um total de 150 mil dólares (cerca de 131 mil euros) foi canalizado para a iniciativa da Cáritas da Jordânia, “dando cumprimento à vontade” do Papa, precisa uma nota de imprensa do Conselho Pontifício “Cor Unum” (Santa Sé).

O projecto, em Amã, foi apresentado a este organismo da Santa Sé e ao Conselho Pontifício da Cultura, indo ao encontro “da vontade do Papa Francisco de aplicar o que foi recolhido” no Pavilhão da Santa Sé na Expo 2015 “em favor das faixas mais desfavorecidas da população” entre as vítimas das guerras na Síria e no Iraque.

“Os refugiados, as suas famílias e os seus filhos, que se encontram hoje em grande número na Jordânia”, precisa o Vaticano.

Os campos de refugiados na Jordânia acolhem 1,3 milhões de sírios e 130 mil iraquianos.

O director da Cáritas jordana, Wael Suleiman, explica que o acesso destas pessoas ao mercado de trabalho é muito difícil, porque “o mercado não oferece muitas oportunidades”.

Numa fase inicial, o projecto financiado pela Santa Sé vai assegurar trabalho estável a quinze refugiados, beneficiando directamente os seus núcleos familiares, para além de oferecer formação profissional a duzentas pessoas.

O subsecretário do Conselho Pontifício “Cor Unum”, monsenhor Tejado Muñoz, está em Amã para acompanhar a iniciativa.

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