Contra todos os ataques à Natureza Humana

Há Vida para aquém de Marte

Nada há de mais íntimo na vida do que a própria vida, para quem a dá e para quem a recebe.

A vida que nos deu origem e que, um dia, passará, é transmitida aos nossos filhos numa misteriosa cadeia biológica altamente sofisticada, quer a nível físico, psíquico ou mesmo espiritual.

A história da vida humana começa no momento em que toda a informação transportada pelo espermatozoide do pai se vai juntar à que é fornecida pelo ovócito da mãe.

O património genético é único em cada pessoa, tudo o que ela virá a ser mais tarde, resulta da magia desta fusão.

O zigoto, assim se chama ao primeiro estádio da vida, não é uma mera hipótese dum ser humano. Dali não vai sair uma borboleta, nem um golfinho ou um garboso exemplar do Cavalo Lusitano, mas sim um ser humano.

Num processo quimicamente organizado, os 23 cromossomas da mãe e mais outros tantos do pai, vão-se dividindo em células que comunicam entre si, num desenvolvimento contínuo de formação e crescimento.

Não é uma questão de opinião, tão pouco da vontade de alguns autores de manuais escolares, mas uma realidade biológica que toda a nova tecnologia afirma, confirma e prova.

“O pequeno filho do homem é um homem em pequeno”, o embrião é um ser humano, pelo simples facto de ser gerado pela espécie humana. Embora esteja completamente à mercê da mãe, que lhe fornece o ambiente adequado ao seu desenvolvimento, ele não é um elemento extra, um apêndice ou uma borbulha, mas sim o início de alguém que irá nascer quando a sua evolução assim o permitir.

Também nós somos dependentes da natureza, do ar que respiramos, da água, da sociedade, dos outros e de tantas outras coisas de que nem nos apercebemos, todavia estas necessidades em nada altera a dignidade da natureza humana.

O embrião tem a aparência própria da sua idade, como o tem a criança, o adulto, o velho…

Com dois meses de idade mede, da cabeça à ponta das nádegas, três centímetros e com um microscópio podem ver-se as suas impressões digitais.

Em ciência o que é possível fazer nem sempre se deve fazer. Ainda que legal, pode não ser moralmente aceitável, nem eticamente correcto. É aqui que entra a consciência do homem, esse poderoso tribunal interior que, se for bem formada, levanta o dedo e diz: Está mal, não podes, nem deves… e depois não deixa em paz o ser humano…

“Uma sociedade que mata os seus filhos perde, ao mesmo tempo, a sua alma e a sua dignidade”.

Se aceitarmos que se matem os mais fracos da nossa família e da nossa sociedade, como podemos esperar que os povos não se matem uns aos outros?

Em nome dos Direitos Humanos nunca um ser, em qualquer fase da sua vida, se pode transformar num objecto ou numa coisa “non grata”, à disposição de quem o queira destruir, matar, eliminar.

Nos nossos dias as estatísticas dos crimes de guerra e dos abortos praticados em nome da paz e da liberdade, assemelham-se aos milhões de cadáveres encontrados na Sibéria e similares, bem como à carnificina subtil levada a cabo pelo nazismo, ainda não há um século.

Guerras, genocídios, destruição premeditada da família, com todo o inerente desencadeamento de fragilidades psíquicas, morais e afectivas não cessam de fomentar mais ódio e sede de vingança, de vontade de poder das ditaduras, da tecnologia bélica, do mais forte sobre o “mais fraco”.

Exercer este poder sobre os nascituros, as crianças, os adultos, os velhos que, gerando uma loucura partilhada, assumida, consentida nesta moderna sociedade do século XXI é anti-natural e a regressão civilizacional.

Liberdade? Crime disse ela e ele e todos os que têm cabeça para pensar, que não se deixam influenciar por retóricas confusas e perversas, possuindo o equilíbrio para fazer o bem a si e aos outros, coração para amar e força de vontade para ser obreiro da paz, da dignidade e da integridade da vida com felicidade.

Do Ruanda a Auschwitz, do útero materno ao campo de batalha, do lar ao estádio de futebol, urge que se imponha uma mentalidade e prática de vida e não de morte, de generosidade e não de egoísmo, de amor e não ódio, de construção e não de destruição

Para aquém de Marte, num recanto mais isolado da terra, na barriga duma grávida e no coração da humanidade há vida, que não criámos, a sua origem transcende-nos, não queiramos ser tão mesquinhos que a estrangulemos num imbecil, absurdo e irracional instinto de malvadez.

 

Engenharia social

Sob a capa duma falsa evolução, actualmente são muitas e poderosas as razões económicas que estão por detrás da chamada “evolução biotecnológica”. O domínio das ciências biomédicas financiadas por grandes multinacionais exerce uma forte imposição sobre a tradicional prática clínica.

A Organização Mundial de Saúde há anos que gasta verbas exorbitantes para impor aos países as diretrizes de educação sexual na escola, com o fim de manipular as nossas crianças, em vez de tratar dos problemas da saúde, os quais deveriam ser a sua grande prioridade.

Existem verdadeiros poderes ocultos que visam destruir todos os organismos intermédios, laços comunitários e relacionais para aumentarem a sua influência, tornando o homem cada vez mais sozinho, fragilizado e incapaz de relacionamentos.

Destruir a família significa deixar o homem só, torna-lo um consumidor e súbdito perfeito, que consome compulsivamente para tentar preencher o vazio e a solidão de vida. Um dos exemplos mais poderosos e perigosos desta agenda está na fomentação da técnica do “útero de aluguer” a partir da qual a relação mãe-pai-filho fica completamente destruída. Laços parentais, identidade própria, afectos e família são estilhaçados para sempre.

“Grupos de pressão ‘participativos’ adquiriram um status e uma influência que colocam a democracia em perigo. Os novos padrões políticos não partem do princípio da representação democrática, que dependia daquilo a que se chamava ‘valores universais’, mas estão ligados à nova ética pós-moderna da livre escolha.

(…) A ética global coloca-se acima de tudo: acima da soberania nacional, da autoridade de pais e professores, até dos ensinamentos das grandes religiões do mundo. Ela ultrapassa toda a hierarquia legítima. Cria uma ligação directa com o cidadão individual – o que, como sabemos – é próprio de uma ditadura.

Sem nome nem rosto, exercendo a sua influência de forma indirecta nos bastidores antes das decisões, sem serem submetidos ao controlo democrático, um pequeno grupo trabalha para manipular o pacato cidadão, de acordo com os seus absurdos objectivos.

O poder sociopolítico que as técnicas de engenharia social vieram a adquirir nas últimas décadas levou a que, de mansinho, sem ninguém dar conta, tenham imposto a sua agenda, aparentemente pela via dos consensos, resultado duma forte manipulação e lavagem ao cérebro.

A desconstrução da família, a educação sexual nas escolas, a legalização do aborto, o direito ao seu corpo, o casamento unissexo, a adopção de crianças por casais gay e outros afins semelhantes, são consequência deste subterrâneo poder que agora vem ao palco com mais um acto encenado: eutanásia”. (A Globalização da Revolução Cultural Ocidental, de Marguerite Peeters)

Porque é bom saber onde está a origem de tudo, aqui fica um alerta, para uma outra pseudo-liberdade – a ideologia do género que parece também já estar agendada em breve.

Susana Mexia 

Professora

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