Comunicação Social

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A 24 de Janeiro, dia festivo em honra de São Francisco de Sales, o Papa publicará a mensagem anual do Dia Mundial das Comunicações Sociais, que este ano será a 8 de Maio, Domingo da Ascensão. Em consonância com o Ano Santo extraordinário, o Papa versará a sua mensagem sobre a Misericórdia, voltando a lembrar a todos que Deus nunca Se cansa de perdoar.

«Quem é o Papa Francisco, Jorge Mário Bergoglio?», perguntaram-lhe na sua primeira entrevista logo que chegou a Papa. «Um pecador», respondeu. «A melhor síntese, que mais de imediato me sai e que sinto como mais verdadeira é esta: sou um pecador para quem o Senhor olhou.

O meu lema episcopal, “Miserando atque eligendo”, é algo que, no meu caso, senti sempre muito verdadeiro». Trata-se de uma expressão tomada das homilias de São Beda Venerável, que, comentando a vocação de São Mateus, escreveu: «Jesus viu um publicano e, olhando para ele com amor e elegendo-o, disse-lhe: “Segue-Me”». Francisco está convencido de que a descoberta da misericórdia de Deus é a essência do Evangelho.

A misericórdia experimentada e praticada pode ser hoje em dia a resposta a uma humanidade em demanda de sentido a fim de superar os momentos de profunda crise em que se vê envolvida.

Para Francisco, Deus é fundamentalmente Misericórdia. Já são muitos os que acreditam que Francisco será lembrado como o Papa da Misericórdia. Isto não é estranho. Até ao momento ainda não escreveu uma encíclica sobre o tema, como o fez São João Paulo II. Mas pode vir a fazê-lo, e muito em breve, aproveitando a ocasião do Ano da Misericórdia. Lembremo-nos de que o Papa nos deve uma exortação no seguimento do duplo sínodo que houve sobre os problemas da família em que a Igreja se debruçou sobre as suas feridas. Nem se oferece ocasião mais propícia para as sarar do que fazê-lo durante este Jubileu Extraordinário em que será preciso pôr em realce a essência do Evangelho em vista da conversão da Igreja inteira, logo a começar pelo Papado (como disse corajosamente o Papa) e indo por ai abaixo, não esquecendo nenhum escalão diferenciado da Igreja.

O Papa outra coisa não quer senão que a Igreja se ponha realmente em caminho, tendo afirmado: «Uma família que quase nunca come em conjunto, ou em que à mesa não se fala mas se vê televisão ou o smartphone, é uma família pouco família».

O que é que Francisco quer de ti neste Ano Jubilar? De bom grado, e a propósito das Comunicações Sociais, ele confirmará o que o seu antecessor Bento XVI afirmava: que a difusão de informações e de conhecimentos na Web representa uma novidade que restitui «inéditas oportunidades de estabelecer relações e de construir comunhão».

É importante, porém, compreender que junto com estas oportunidades nascem também novos desafios, como o de se construir uma vida paralela, desaprender o modo real de nos dirigirmos às pessoas, de nos deixarmos absorver excessivamente pela própria identidade da rede online.

O desafio real é portanto «ser-se autênticos, fiéis a nós mesmos, sem ceder à ilusão de construir artificialmente um próprio e pessoal perfil público». O Papa emérito avisou ainda os católicos que interagem nas redes sociais sobre uma nova moda que apareceu: a liquefação do Evangelho, ou a sua anulação prática, procurando-se cada vez mais atenuar os seus pontos nevrálgicos, para o tornar mais popular. Na verdade, o Evangelho não precisa de se tornar mais popular, nem deverá alguma vez aceitar entrar em problemas de consenso, se isto quisesse significar o desnaturamento da Palavra de Deus.

Por fim, pretendemos apresentar em esquema dez acções que o Papa propõe para o Ano da Misericórdia, que vêm de uma forma ou de outra expressas na Bula “Misericordiae vultus”:

  1. Tomar “a sério” o Jubileu.
  2. Peregrinar até uma Porta Santa.
  3. Que a Palavra ilumine o caminho.
  4. Praticar as obras de misericórdia (talvez elegendo uma só, evitando assim perdermo-nos no meio da “floresta” das 14).
  5. Viver a Quaresma de forma especial.
  6. Conversão.
  7. Usar o sacramento da Misericórdia.
  8. Alcançar a indulgência.
  9. Ser testemunha da misericórdia.
  10. Consagrar-se a Maria, Mãe de misericórdia.

Portanto, este Ano Santo, dito extraordinário, é um verdadeiro apelo que Deus nos faz através do ministério do Papa Francisco, no meio da nossa vida, para marcar pela força da misericórdia divina toda a nossa existência, a do tempo e a da eternidade.

PE. MÁRIO JOSÉ DOS SANTOS

In Síntese

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