AUDIÊNCIA GERAL: PAPA LEMBROU HIROXIMA E NAGASÁQUI

AUDIÊNCIA GERAL: PAPA LEMBROU HIROXIMA E NAGASÁQUI

Justiça, diálogo e fraternidade, ao invés de armas

O Papa Leão XIV lembrou a «devastação» que a guerra e as armas nucleares causam e pediu que a justiça, o diálogo e a fraternidade possam substituir a «ilusória segurança criada pelas ameaças de destruição recíproca».

«Apesar de passarem os anos, os trágicos acontecimentos [do bombardeamento de Hiroxima e Nagasáqui] são um exemplo da devastação causada pela guerra e, em particular, das armas nucleares. Desejo que no mundo contemporâneo, marcado por fortes tensões e sanguinários conflitos, a ilusória segurança criada pelas ameaças da recíproca destruição dê passos para instrumentos de justiça, prática do diálogo e confiança na fraternidade», pediu o Papa durante a Audiência Geral das quartas-feiras, na Praça de São Pedro.

Os bombardeamentos atómicos de Hiroxima e Nagasáqui, no Japão, decorreram entre os dias 6 e 9, durante a 2.ª Guerra Mundial, em 1945; estima-se que 140 mil pessoas tenham morrido no primeiro ataque atómico, contra Hiroxima, a 6 de Agosto de 1945; três dias depois, as forças norte-americanas levaram a cabo um segundo bombardeamento, em Nagasáqui, que causou mais de setenta mil mortos.

Milhares de pessoas viriam a sofrer as consequências da radiação, até à actualidade, e o Papa quis, na Audiência, lembrar as vítimas que ainda hoje «vivem os efeitos físicos, psicológicos e sociais».

Leão XIV convidou os peregrinos, muitos ainda participantes do Jubileu dos Jovens que terminou no passado dia 3, a reflectirem sobre a palavra “preparar” – «aparentemente simples», mas guardadora de «um segredo precioso da vida cristã».

«Antes mesmo de percebermos que precisamos de ser acolhidos, o Senhor já preparou um espaço para nós, onde nos podemos reconhecer e sentir seus amigos. Esse lugar é, em última análise, o nosso coração: uma “sala” que pode parecer vazia, mas que apenas espera ser reconhecida, preenchida e protegida», assinalou.

O Papa explicou que o amor «não é fruto do acaso», mas resulta de uma «escolha consciente»: «Não é uma reacção simples, mas uma decisão que exige preparação. Jesus não enfrenta a sua paixão pelo destino, mas pela fidelidade a um caminho que abraçou e percorreu com liberdade e cuidado. É isso que nos consola: saber que o dom da sua vida vem de uma intenção profunda, não de um impulso súbito».

Leão XIV reflectiu sobre as «ilusões que distraem», ao contrário dos «preparativos que orientam»: «As ilusões procuram um resultado, os preparativos tornam possível um encontro. O verdadeiro amor – recorda-nos o Evangelho – é dado antes mesmo de ser correspondido. É um dom antecipado. Não se baseia no que recebe, mas sim no que deseja oferecer».

«Cada gesto de disponibilidade, cada acto gratuito, cada perdão oferecido antecipadamente, cada dificuldade aceite com paciência, é uma forma de preparar um lugar onde Deus possa habitar», acrescentou.

In ECCLESIA

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